Alguém aí se lembra do tema e do lema da Campanha da Fraternidade do ano passado? Essa é fácil, não é? Que tal voltarmos um pouco mais no tempo e relembrarmos os temas dos últimos anos?
Em 2015, o tema “Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir” ajudaram-nos a perceber que a Igreja não está à margem da sociedade, mas inserida nela, vivenciando e partilhando seus problemas e contradições. No ano de 2016, o tema “Casa Comum, Nossa Responsabilidade” propiciou importantes reflexões acerca dos nossos direitos e deveres na construção de uma sociedade sustentável. Em 2017, o tema da CF “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” nos levou a pensar o quão frágil é a vida da natureza e de suas populações. A preservação dos biomas depende de leis e principalmente da conscientização do ser humano. Sobretudo nesse mundo capitalista e opressor, é fundamental rever os valores que regem a nossa vida, colocando a criação de Deus sob a nossa proteção e o nosso carinho. E quando se fala em bioma, pensemos que esse termo engloba não só o elemento natural, mas também o aspecto cultural que ajuda a dar sentido à existência das populações que vivem em contato direto com a natureza. Um povo é um povo no seu lugar, no seu habitat, com tudo que o cerca e que constitui seu mundo. Em 2018, com o intuito de criar meios para superarmos tanta violência em nosso meio, refletimos sobre o tema “Fraternidade e superação da violência”, tendo como lema “Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8)”. E neste ano de 2019, somos convidados a refletir sobre importância das políticas públicas, como meio de assegurar as condições mais elementares para construção e manutenção da sociedade, de modo que as pessoas possam viver dignamente nas suas várias realidades.
Se observarmos bem, veremos que os temas das CF’s se relacionam e se complementam, pois falam sempre do valor inestimável da vida, porém, para compreendermos esse valor é imperativo que vejamos em todas as obras da Criação a imagem do próprio Cristo. O Pai nos deu a natureza como lar e nos criou para o amor; nós organizamos a vida social, criamos leis para reger as sociedades, mas estamos cuidando muito mal dessa Casa que é de todo mundo. Ainda é tempo de revertemos o quadro caótico que se apresenta diante de nossos olhos.
Comecemos por discutir o tema da CF em todos os espaços, propondo, principalmente às crianças, um olhar fraterno e solidário sobre as criações de Deus.
Ah, é importante lembrar também que a Campanha da Fraternidade não se encerra na Páscoa, mas que se estende por todo o ano e para além dele. A discussão dos temas que são propostos a cada ano e as mudanças de atitudes que essas temáticas propiciam são muito importantes, pois nos organizarmos melhor como sociedade e, principalmente, como comunidades de fé.
Vera Rocha