Foi-se janeiro, 31 dias de turbulências, tempestades além do normal ceifando vidas, danificando e destruindo bens naturais e materiais. O alarmante corona vírus, a violência extremada a ponto de filhas(os) matar seus próprios pais, projetos de morte nas mãos de governantes sem escrúpulos, “povo marcado e vida de gado” infeliz.
Em nossa igreja templo, o roubo da âmbula com o Santíssimo Sacramento. Mais uma vez a prevenção não prevaleceu sobre as medidas paliativas e não aprendemos com os erros e muito menos com a dor. Dias para serem esquecidos? Não, lembranças e marcas indeléveis, e nós seres humanos, imagens e semelhantes ao próprio criador, jamais queiramos colocá-lo em segundo plano, ou tomar seu nome em vão.
Em fevereiro não é só carnaval, como lembra uma antiga música popular brasileira. Iniciamos o mês com a festa da Apresentação do Senhor no Templo. Contemplamos o mistério do amor, da humildade, da singeleza dos pobres com a família de Nazaré diante de Simeão e Ana, que bendizem a Deus e veem sua missão concluída, podendo partir em paz.
Diversos agentes de pastorais e movimentos populares participam do 13º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política, com a missão de reencantar esta que, para a maioria das pessoas, é vista como suja e tão distante da realidade. Também o Seminário Igrejas e Mineração reúne militantes e lideranças de nossa província eclesiástica para debater a realidade tão gritante do meio ambiente e dos direitos ainda longe de serem efetivados.
Um bom número de padres de nossa arquidiocese participa do retiro espiritual anual. Somos agraciados e privilegiados por termos alguns dias de oração, reflexão e descanso físico e mental. Quase sem tempo, os cristãos leigos, com significativa participação das mulheres se disponibilizam para retomar as atividades na catequese, demais pastorais e movimentos.
A Campanha da Fraternidade, que se inicia no final deste mês, traz como tema a vida como dom e compromisso e a compaixão e o cuidado com o ser humano tão machucado, ferido e explorado por um sistema absurdo, concentrador e voraz de vidas indefesas e fragilizadas.
Estamos apenas iniciando o ano. Quantas situações já vivenciadas, algumas fugindo do controle, outras questionando nossa inteligência, fé e compromisso com o reino diferente e bem além deste que aí está. Chegamos ao ponto em que a vida não pode simplesmente passar, sem que a valorizemos a partir dos pequenos e simples gestos de amor, solidariedade, justiça e paz.
Pe Geraldo Barbosa