Celebramos no dia 8 de dezembro, com toda a Igreja, a Solenidade da Imaculada Conceição. Uma festa que recorda o nascimento de Maria, preservada do pecado original, e de todo pecado, em virtude de ser aquela que, mais tarde, foi a escolhida, entre todas as criaturas, para ser a Mãe do Filho eterno de Deus, humanado em seu ventre santíssimo.
Esta é uma verdade de nossa fé cristã católica, professada desde os seus primórdios, proclamada solenemente, como dogma mariano, pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854. De fato, a Virgem Maria é saudada pelo Arcanjo Gabriel, o Mensageiro de Deus, como a “Cheia de Graça”, aquela que dará à luz ao Filho de Deus (Lc 1,28).
Em razão disso, era necessário que a Virgem Maria estivesse completamente livre de pecado para poder gerar, trazer ao mundo, o Salvador, nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo. Foi uma graça, um privilégio singular que Deus, todo Poderoso, para quem “nada é impossível” (Lc 1,37), concedeu a Maria Santíssima em vista dos méritos de Jesus, seu Filho.
Em 1858, quatro anos depois dessa proclamação solene, Santa Bernadete Soubirous teve a graça de receber a aparição de Nossa Senhora, em Lourdes, na França, quando ela se autodenominou a “Imaculada Conceição”, confirmando esta verdade da fé. Antes, em 1830, Maria Santíssima já havia aparecido a Santa Catarina Labouré, então noviça da Congregação das Filhas da Caridade, em Paris. Aqui, a Virgem Maria apareceu com os braços estendidos e dedos ornados de anéis que irradiavam luz, rodeada por uma frase que dizia: “oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Como diz o Papa Bento XVI, “ao contemplá-la, reconhecemos a altura e a beleza do Projeto de Deus para cada ser humano: chegar a ser santos e imaculados no amor (Ef. 1,4), à imagem de nosso Criador”.
Esta grande festa e as alegrias próximas do Natal do Senhor, alimentem em nós as boas disposições da vida cristã. Possamos aprender da Virgem Maria, em sua Imaculada Conceição, a como melhor viver o discipulado missionário, no seguimento de seu Filho Jesus; a ter a prontidão em dizer “sim” aos apelos de Deus, ao chamado e missão que nos confere; a crescer na fé, na esperança e na caridade... a tornar a nossa vida, identificada no verdadeiro amor, sempre mais agradável ao Senhor.
Deus é a nossa luz. Não podemos seguir nas trevas dos vícios, dos desregramentos, dos pecados... ofuscados nas injustiças, violências, desmandos e omissões, mas atentos, solícitos, à Voz do Senhor, deixando-nos iluminar por Ele e sendo sinais de sua luz, uns para os outros, a começar dos que Deus nos confia, nos caminhos da vida, com um olhar de predileção pelos que mais sofrem.
Possamos, sim, galgar a santidade de vida, comprometidos com a conversão diária, a vigilância ativa, confiando na graça e bênção de Deus e na proteção de Maria, testemunhando a fé, na alegria de servir e de sempre fazer o bem.
Que neste Ano Santo Paroquial Mariano, pelos 300 anos da devoção a Nossa Senhora da Conceição da Lapa, no distrito de Ouro Preto (1722-2022), a Virgem Maria, nos inspire, com progressos na fé e no amor, a nos colocar, confiantes, diante de Deus e a fazer, em tudo, a sua santa vontade. “Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Foto: Imagem de Nossa Senhora da Conceição - Ouro Preto