Mais um ano se findou, com as graças de Deus. Foi um ano difícil, de muitas perdas e provações, muitas em razão da pandemia da Covid-19 e suas consequências. Mas foi também um ano de superação: de nos compreendermos melhor, nos cuidados e responsabilidades que devemos ter; de fazer a experiência de estar mais com os nossos, em família; de assumir prioridades, face aos novos desafios; de melhor enxergar e mais nos solidarizar com os nossos irmãos(ãs) sofridos e empobrecidos.
Com esta epidemia, cresceu o empobrecimento, a miséria, a fome... muita gente desempregada, muita gente doente, outros desanimados, sem mais alento, em crise existencial e sem maiores horizontes e perspectivas de vida.
Deus, em sua providência, nos permite começar um novo ano, confiando-nos ser instrumentos de sua solicitude em favor da vida e da esperança a bem dos irmãos(ãs), a partir dos pequenos.
Mais que em outros tempos, somos chamados a nos reinventar, a agir com mais criatividade e ousadia, unindo fé e vida e dando testemunho de Jesus Cristo no serviço ao outro, testemunhando na partilha e na solidariedade, o amor de Deus e o seu Reino de Vida, verdade, justiça e salvação.
Nossas comunidades de fé são chamadas, em sua ação evangelizadora e pastoral, a priorizar o serviço da caridade em ações pessoais de assistência humano-social, em iniciativas comunitárias e pastorais e em parceria com as entidades filantrópicas e poderes constituídos para que a ninguém falte o necessário, tanto o alimento espiritual, quanto o alimento material.
Para além da assistência social, devemos, com o nosso apoio eclesial, favorecer o crescimento da organização da sociedade civil e o empenho por políticas públicas, em vista da promoção humana e da transformação das realidades. O Reino de Deus não se compactua com a injustiça, a desigualdade social e as várias formas de violência e de discriminação.
Com a Igreja no Brasil, viveremos a construção da 6ª Semana Social Brasileira (2020-2023) que traz como tema: “Mutirão pela Vida – Por terra, teto e trabalho”, a partir dos eixos estruturais: economia, democracia e soberania. O seu objetivo é o de sensibilizar a sociedade, mobilizar e articular as forças sociais para fortalecer e multiplicar as lutas por direitos, como nos pede o Papa Francisco: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que provém do trabalho”. Nessa mesma toada, acontecerá o 7º Fórum Social Arquidiocesano pela Vida, na Região Pastoral Mariana Sul, ao final do mês de outubro.
Outra iniciativa provém da Campanha da Fraternidade, para este ano. O tema escolhido é “Fraternidade e Educação”, o lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Seu objetivo é o de que encontremos caminhos e redescubramos meios eficazes em vista de uma educação integral que humanize, promova a vida e estabeleça relações de proximidade, justiça e paz.
Deus nos favoreça sua graça e benção. A ação do seu Santo Espírito ilumine nossas decisões e ações para que em tudo, no seguimento a Jesus Cristo, possamos fazer a sua santa vontade, colocando-nos a serviço da vida e da esperança.
Seja 2022, um ano promissor de bênçãos e realizações, em nossas comunidades de fé e em nossa presença pública como Igreja na sociedade, “para que todos tenham vida, vida de verdade, vida em abundância” (Jo 10,10).
Feliz Ano Novo, com as bênçãos do Menino Deus!
Pe. Marcelo Moreira Santiago