Enfrentamos, em todo o mundo, como grande provação, a pandemia do novo coronavírus. Cresce o número dos infectados e, consequentemente, dos óbitos, também pelos Estados do nosso Brasil.
As suas consequências sociais, econômicas e sanitárias são difíceis de mensurar, tamanho o caos vivido, e, para frente, ninguém realmente sabe dizer quando voltaremos à “normalidade”, apesar das vacinas, novo alento, que pouco a pouco vão chegando. Experenciamos, tristemente, entre outros, o crescimento do desemprego, da fome e da miséria. O quadro é desolador.
Em meio a esta realidade desafiadora, a Arquidiocese de Mariana propõe, para 2021, assumir como prioridade em sua ação evangelizadora e pastoral: cuidar da vida ameaçada.
A fé sem obras é morta (Tg 2,26). Temos que unir fé e vida, testemunhando em boas obras nossa fé em Deus, aprendendo com Ele a amar e a servir. A vida, à luz da fé, tem sentido quando se faz entrega e doação em favor dos irmãos/as, a começar dos pequenos, pobres e mais necessitados.
Em nossas comunidades, seguindo o que a Arquidiocese nos pede, somos chamados a agir com prontidão e criatividade, à altura dos desafios destes tempos, nos mobilizando em ações de partilha e solidariedade para que a ninguém falte o necessário.
Iniciativas como, por exemplo, de campanhas de alimentos, medicamentos...; organização de grupos de escuta e orientação das pessoas; ajuda às famílias carentes, iniciativas de defesa das pessoas, agredidas em seus direitos diante de violências que sofrem como por atos de intolerância, prepotência e discriminação; cobranças das autoridades, a partir da organização popular, para que mantenham as políticas públicas de atenção básica à população...são muito importantes e podem fazer a diferença.
Santa Tereza de Calcutá recordava que “as mãos que fazem, valem mais que os lábios que rezam”, e é verdade, sobretudo se estes não traduzem, em gestos concretos, em bem do próximo, o amor que dizem devotar a Deus.
Se cada um ajudar um pouco, a partir dos problemas levantados em sua comunidade, num esforço conjunto e participativo, a envolver os poderes públicos, os cidadãos e as Igrejas, haveremos de encontrar, com as bênçãos de Deus, as soluções possíveis e viáveis para responder, à altura, aos muitos desafios que ameaçam nossas crianças, adolescentes e jovens, marcados pela vulnerabilidade social, e suas famílias necessitadas.
A partir de cinco pães e dois peixes, Jesus saciou a multidão faminta (Jo 6, 1-15). Hoje, Ele quer realizar, novamente, este milagre, mas espera que você também “ofereça os cinco pães e dois peixes de que dispõe”. Você os tem, eles são seus dons e bens. Você é chamado(a) a colocá-los em comum. Então, “Bora, fazer o bem”!
Pe. Marcelo Moreira Santiago