A política é um caminho sublime para o exercício da caridade (Paulo VI).
Aproximamo-nos do pleito eleitoral. Todo o país se movimenta em torno das eleições municipais. Elas são de grande importância uma vez que trazem presente os anseios e as necessidades sociais do povo, a partir de suas realidades locais.
À luz da fé, queremos exercer nossa cidadania ativa contribuindo com o nosso voto, escolhendo prefeito e vereadores, expressando nosso desejo de avançar em políticas públicas, sociais e econômicas, que viabilizem, a partir do município, um mundo melhor, uma sociedade mais justa, fraterna e democrática.
Como diz a CNBB, “os cristãos são convidados a testemunharem a razão de sua esperança (cf. 1Pd 3,15) nesse tempo de profunda crise social, econômica, política e ética que atravessa o nosso Brasil”, agravada com a pandemia da covid-19.
Entendemos a política partidária como uma vocação ao serviço, ordenada ao bem comum. Ela é um chamado para servir a todos em sociedade, a partir dos poderes constituídos, com uma atenção de cuidado especial em favor dos mais pobres, necessitados e excluídos.
Saudamos os muitos leigos e leigas, agentes cristãos, que movidos por esse desejo apresentam seus nomes para o pleito político e, por extensão, a tantos quantos assim o fazem, movidos pelos valores humanos e cristãos. Todos chamados, pela via política, a construir no mundo o bem comum, na perspectiva do Reino de Deus; de avançar com vistas à sociedade do bem viver e do conviver, de um outro mundo possível. Sigam avante!
Devemos, nós eleitores/as, nos esforçar para participar. Cada um deve votar segundo a sua consciência, não seguindo seus interesses pessoais, mas pensando o melhor para o povo e para o município.
Muito ajuda, nesse discernimento, acompanhar as propostas dos candidatos e ter presente o seu histórico de comprometimento ético, em defesa da verdade, da justiça e da paz; em defesa da vida e da ecologia integral. Candidatos marcados pelo compromisso social, ou seja, pelo zelo com a coisa pública e por bons serviços a serem prestados à população, em ordem às políticas públicas, tais como nos campos da educação, saúde, segurança, transporte, assistência social, moradia, direito à alimentação e proteção à família, entre outros.
Não merecem nossos votos, candidatos que buscam, quais lobos transvestidos de cordeiros, seus próprios interesses, beneficiando a si mesmos, ou a interesses corporativistas, em favor de alguns ou de grupos, em detrimento do bem comum.
Façamos destas eleições uma festa da democracia, com eleições justas, transparentes e legítimas, renovando, em nossos municípios, o desejo de tempos melhores para todos.
Pe. Marcelo Moreira Santiago