Pelo batismo, nossa vida, uma vez para sempre, está associada a Jesus Cristo e à sua missão. Somos chamados a viver a adesão a Ele e à sua Igreja, testemunhando o seu amor e a sua Palavra aos corações humanos, fazendo de todos seus discípulos e discípulas.
A Igreja existe em razão desta missão, Evangelizar. O cristão, no seguimento de Jesus Cristo, deve irradiar em palavras e obras, o amor misericordioso de Deus e sua solicitude pela criatura humana. Deus não poupou a vida de seu Filho, mas a entregou para que tivéssemos vida e salvação. Esta é a prova inconteste de seu amor por nós. Inocente, justo, Ele, o “Santo dos Santos”, entregou sua vida para que tivéssemos vida e vida de verdade, vida em plenitude (Jo 10,10). Assim Deus amou o mundo.
No exercício dessa missão, devemos educar o nosso coração na virtude, trazendo em nós, os mesmos sentimentos do Coração de Jesus. Eis um Coração que tanto nos amou, apesar de nossos pecados, de nossas fragilidades.
O coração simboliza a vida e o amor. Deus deseja que tenhamos vida e nos ama com amor infinito, não porque muito valemos, mas porque Ele assim o quis. Somos fruto do amor e da misericórdia de Deus que, desde o início nos fez “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,27).
O amor que Deus tem por nós é um grande sinal de como devemos conduzir a nossa vida e a nossa missão. Em resposta a este amor primeiro, devemos também amar e servir, prontos a oferecer a todos as razões da nossa fé, vivendo uma vida oblativa, fazendo-nos próximos do outro.
Em tempos de ódios, de conflitos, de violências, de desigualdades e muita carestia... precisamos, à luz da fé, mais nos humanizarmos para sermos verdadeiros instrumentos de Deus no mundo, agindo com mais misericórdia, solicitude e compaixão, diante das dores e dos sofrimentos de nossos irmãos(ãs).
A fé se testemunha nas boas obras (Mt 5,16). Sejamos incansáveis em fazer o bem onde Deus nos coloca – na família, na comunidade e na sociedade. Empenhemo-nos em sermos obreiros(as) do Coração de Jesus, atentos a todos, a começar dos pequenos, pobres e mais fragilizados. “O que fizeres aos pequenos é a mim que estais fazendo” (Mt 25,31-46).
Nossas ações neste mundo tem valor escatológico, ou seja, comparativamente, é “o tijolo, o cimento, a areia”... que estamos, a cada dia, enviando para que Deus construa nossa casa no céu.
Tenha um Coração semelhante ao Coração de Jesus. Faça o bem sem olhar a quem. Faça o bem por amor a Deus. Esse é seu melhor investimento, vai lhe propiciar “tesouros” que o ladrão não rouba e a traça não corrói (Mt 6,19-34), bens que têm duração de eternidade.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Foto: Rui Souza - Pascom