Em profunda solidariedade com a humana condição, Cristo sorveu até a última gota do fel do sofrimento, e no auge de sua angústia espiritual, experimentando até onde o ser humano pode descer no poço do sofrimento, exclamou do alto da cruz: “meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” como nos diz o salmo 22, no versículo 21. Teria Deus abandonado seu filho? Seu amor enfim, teria falhado, teria acabado (Sl77(76) 9)? Poderia um Deus que tendo declarado que jamais de nós se esqueceria (Isaías 49, 14-15), não agir mais com clemência, com misericórdia? (cf. Sl 77(76) 10ss). “– Eu confesso que é esta a minha dor: a mão de Deus não é a mesma: está mudada!”, continua o salmista.