Na mídia e redes sociais, inúmeros comentários sobre o tapa na senhora que procurava segurar o Papa Francisco, seguido do pedido de perdão público, demonstrando mais uma vez sua humildade ao reconhecer sua fraqueza, própria da natureza humana.
Na noite do dia 2 de janeiro, a notícia dos mísseis lançados por ordem de Donald Trump contra o Irã, no aeroporto de Bagdá, matando o general iraquiano Oasem Soleimani e mais seis pessoas, deixando o mundo em alerta e temeroso por mais uma guerra de proporções incalculáveis.
Dois chefes de Estado, dois poderes distintos: o religioso a serviço da vida, o econômico/político patrocinando a morte. O primeiro com a palavra e o testemunho que trazem respeito, mesmo quando erra. O segundo com a truculência de quem se acha dono do mundo e aumenta a insegurança, a dor e o terror.
Na mensagem para o Dia Mundial da Paz,1º de janeiro de 2020, o papa Francisco afirma: “A nossa comunidade humana traz, na memória e na carne, os sinais das guerras e conflitos que têm vindo a suceder-se, com crescente capacidade destruidora, afetando especialmente os mais pobres e frágeis. Há nações inteiras que não conseguem libertar-se das cadeias de exploração e corrupção que alimentam ódios e violências...As terríveis provações dos conflitos civis e dos conflitos internacionais, agravadas muitas vezes por violências desalmadas, marcam prolongadamente o corpo e a alma da humanidade. Na realidade, toda a guerra se revela um fratricídio que destrói o próprio projeto de fraternidade, inscrito na vocação da família humana”. Questiona: “Então como construir um caminho de paz e mútuo reconhecimento? Como romper a lógica morbosa da ameaça e do medo? Como quebrar a dinâmica de desconfiança atualmente prevalecente?
Francisco nos motiva a buscar o diálogo, reconciliação e conversão ecológica como meios para vivermos melhor uns com os outros, nas relações familiares, comunitárias e internacionais. “A esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis”, destaca logo na introdução.
Quem a humanidade mais escuta? A quem queremos seguir? Não são suficientes os votos de paz e feliz ano novo, não basta admirar os shows pirotécnicos; é muito pouco se deixar levar pelos embalos dos artistas e cantores, que podem ser levados na hora da apresentação, como foi com o mineiro Juliano Cezar.
Com esperança, fé em Deus, caridade e solidariedade, vivamos dias melhores, lutando contra qualquer tipo de guerra e superando as ilusões dos prazeres efêmeros de uma vida vazia e sem sentido.
Pe Geraldo Barbosa