Vivemos, nos últimos dias do mês de julho, com grande dor, o falecimento de nosso querido Arcebispo emérito Dom Geraldo Lyrio Rocha. Ficamos muito consternados com o seu passamento, mas, acima de tudo, movidos pela esperança cristã da ressurreição dos mortos e da vida eterna. De outra parte, conforta-nos a certeza de que ele, diante da missão que lhe confiada, “combateu o bom combate e guardou a fé” (2 Tm 4,7-8), realizando entre nós o seu lema episcopal: “Faze a obra de um evangelista” (2Tm 4,5).
Foram muitas as homenagens que dom Geraldo recebeu por onde passou, como em Altamira, no Pará; em Vitória e Colatina, no Espírito Santo e aqui em Mariana. Homenagens muito justas para quem colocou sua vida a serviço da evangelização, no anúncio-testemunho de Jesus Cristo e compromisso com seu Reino de vida, verdade e salvação.
Para melhor acolher os que, de outros lugares, viriam a Mariana para os funerais, houve uma série de reuniões com as forças vivas da cidade, nos seus vários seguimentos, distribuindo funções, tão logo assumidas por todos.
Este esforço coletivo e participativo trouxe seus frutos, entre eles a mobilização rápida dos grupos e comunidades para oferecer, entre outros, como gesto concreto de acolhida, um lanche para as caravanas, para os que viessem a Mariana nos funerais do Arcebispo.
Num prazo curto, as doações foram chegando em grande quantidade, qual milagre da partilha, de modo que os que vieram puderam ser assim acolhidos. Como no Evangelho, o que sobrou, uma vez recolhido, foi destinado a várias instituições caritativas de nossa cidade.
Eu, àquele momento, fiquei imaginando Dom Geraldo feliz, agradecido com esse gesto e com as demais iniciativas para o seu funeral. Houve um ajuntamento de forças, de serviços e de pessoas, organizando os seus funerais, tudo realizado com espírito de serviço, gratidão e reconhecimento.
Vi nesse gesto uma expressão do carinho ao Pastor, amigo do Povo de Deus, e, ao mesmo tempo, um chamado para darmos as mãos, juntar nossas forças, nos solidarizar para que não falte o “pão”, o alimento necessário, nas mesas de nossa gente.
Se partilharmos o que somos e o que temos, se somarmos nossas forças, poderemos avançar em vista de tempos melhores para a vida e o bem de todos, sobretudo dos mais necessitados.
Dom Geraldo, em sua missão, não cansava de ensinar, tinha gosto por ajudar as pessoas a seguir em frente, dizia que “ninguém nasce sabendo”. Também em sua morte, ele nos ensina que a união faz a força; que não podemos esconder os dons, que devemos sempre partilhar, como Jesus o fez e ensinou.
De fato, trazemos uma riqueza inata em nossos corações e um poderio imenso a partir das instituições e organismos presentes na vida da sociedade. Falta-nos juntar melhor nossas forças, focar o bem comum, ser determinados na defesa da vida e construção de um mundo melhor.
Em nossas mãos, o caminho: partilhar, para não faltar!
Pe. Marcelo Moreira Santiago