Hoje serei breve! Ao menos mais breve do que o de costume. Não porque me falte inspiração, mas por escolha mesmo. Precisamos todos aquietar os corações a fim de que Deus nos fale mais profundamente. Talvez de lá, das profundezas de nosso ser, nesse quadro quase caótico que nos envolve de pandemias, a do vírus e a do quase pânico e histeria, enfim compreendamos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”! (Rm 8, 28). E se, com certa razão, complementou alguém – até mesmo o pecado, podemos, de nossa parte, igualmente complementar: até mesmo uma epidemia viral!!!! Baixinho, com fé, vamos murmurando aquela antiga canção: “...e quando a dor [e o medo] nos consomem, murmuramos seu nome, e mesmo sofrendo, “podemos cantar”!
Entre as inúmeras coisas que li acerca da situação atual porque passa o mundo, destaco aqui uma. Não sei quem é o autor de tais palavras, nem de onde especificamente fala, mas sei que fala para nós e talvez por nós. Tenho a impressão que diz respeito ao “tudo concorrer para o bem...”. Vejamos:
“Algo invisível chegou e colocou tudo no lugar. De repente os combustíveis baixaram, a poluição baixou, as pessoas passaram a ter tempo, tanto tempo que nem sabem o que fazer com ele; os pais estão com os filhos em família; o trabalho deixou de ser prioritário, as viagens e o lazer também. De repente, silenciosamente, voltamo-nos para dentro de nós próprios e entendemos o valor da palavra solidariedade, amor, força e fé. Num instante percebemo-nos de que estamos todos num mesmo barco, [ou numa casa deveras comum], todos, indistintamente, ricos e pobres. As prateleiras dos supermercados estão vazias e os hospitais cheios e os seguros de saúde que o dinheiro pagava não têm nenhuma importância porque os hospitais privados foram os primeiros a fechar. Nas garagens ou nos ‘parqueamentos’ estão parados igualmente carros ‘top de linha’ ou os ferro velhos antigos, simplesmente porque ninguém pode sair. Bastaram meia dúzia de dias para que o universo estabelecesse a igualdade social que se dizia ser impossível de repor. O medo invadiu-nos a todos. Que pelo menos isto sirva para nos darmos conta da vulnerabilidade do ser humano”.
Consternados, nos dirigimos ao Deus do impossível, a fim de que Ele nos cure do mal maior do que o tal vírus: o mal de não vermos que Deus pode tirar algo bom, até mesmo de algo mau. Rezemos juntos ao papa Francisco, invocando a Mãe de Jesus e nossa terna mãe: “Ó Maria, Tu sempre brilhas no nosso caminho como sinal de salvação e esperança. Nós nos entregamos a Ti, Saúde dos Enfermos, que junto à Cruz foste associada à dor de Jesus, mantendo firme a Tua fé. Tu, salvação do povo romano, sabes do que precisamos e temos a certeza de que garantirás, para que, como em Caná da Galiléia, possam retornar a alegria e a celebração após este momento de provação. Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor, a nos conformarmos com a vontade do Pai e a fazer o que nos disser Jesus, que tomou sobre si os nossos sofrimentos e carregou as nossas dores para nos levar, através da Cruz, à alegria da Ressurreição. Amém”.
Diácono Robson Adriano