SETEMBRO - MÊS DA BÍBLIA
Nossa vida é, sem dúvida, uma peregrinação, por vezes personalíssima, noutras tantas comunitária, mas sempre convergindo para um único fim: Deus.
Nós caminhamos perseguindo o Cristo e encontrando-O somos robustecidos pela fé professada no Filho do Deus Vivo, e animados na missão exclamaremos como Paulo (Gl. 2,20): já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim!
Também o salmista ao cantar “tua Palavra é lâmpada para meus os pés e luz para o meu caminho” sl. 119,105, convida-nos, caminheiros, a colocarmo-nos sob essa luz. E nós cantamos juntos com ele, cantamos e cremos que a Palavra do Senhor ilumina nossos caminhos nesta peregrinação da fé.
Jesus é o Verbo – a Palavra – de Deus que entra em nossa história humana acolhido no ventre puríssimo de Maria, nossa Mãe. Ele se fez pessoa conosco, veio a nós como Luz (Jo 1,4b.5a.9) oferece à humanidade um jeito novo de ser, um jeito iluminado, sempre aberto à graça de Deus Pai. Como nos diz Pe. Zezinho, na letra da música Jovem Galileu, Jesus era o jovem pregador que tinha muito amor, e por esse amor seu coração está sempre aberto para nos acolher.
Os verbos acolher, denunciar, perdoar, libertar, amar são conjugados pela vida de Cristo, vida essa compartilhada conosco pela graça batismal.
Todas essas motivações são apresentadas para que sempre encontremos em nós Jesus Cristo Palavra Eterna, que está sempre conosco.
Caros amigos e amigas, como sabido de todos, o mês de setembro é, em terras tupiniquins, dedicado à Palavra de Deus, à Bíblia. Neste ano, de modo especial, celebramos as “bodas de ouro”, são 50 anos que nossas Comunidades o celebram sob tal estímulo. Aqui e ali, percebemos uma movimentação mais acentuada nas ações das equipes de Liturgia, sobretudo nas celebrações Eucarísticas. Também as Pastorais, principalmente a catequese, animam-se em dar maior visibilidade à Palavra do Senhor.
A proposta de estudo e aprofundamento em 2021 é a Carta de São Paulo aos Gálatas. O destaque é dado ao Capítulo 3,28d – pois todos vós sois um só em Cristo Jesus.
Podemos dizer que a carta possui um norte geral que busca trazer a Comunidade dos fiéis da Galácia à união verdadeira com Jesus, tendo em vista que desta união nasce aquela fé genuína que deve impulsionar a igreja dos Gálatas.
Que fé é esta? Jesus Cristo é a verdadeira Justiça de Deus donde emana a razão da fé que professamos. Os conflitos existentes na comunidade que tendem ao retorno dos antigos conceitos da lei geraram desconfortos intracomunitários como a demanda acerca da circuncisão (Gl 3,2.3). Esse desconforto estaria condicionando à obra salvífica de Cristo, à necessidade daquela prática. À confusão nascente Paulo ataca, abrindo a consciência comunitária para o que outrora receberam (a fé) não viesse a se tornar vã (Gl 2,21), pois a comunidade tendia a assumir ‘penduricalhos’ que cerceavam a liberdade dos cristãos com relação à vivencia da fé.
O apóstolo deixa evidente que a humanidade só encontra verdadeira salvação em Jesus e que Nele essa mesma humanidade torna-se nova.
Viver segundo a vontade de Deus deve ser a meta do Cristão. Aproximando-se cada vez mais da Verdade Revelada que se deixa conhecer, tanto mais, cada um de nós, com sublime reverência e desejo de permanecer ao lado do Senhor, é transformado pelo Verbo de Deus.
Vivamos este mês de setembro na perspectiva da permanência: não o vivamos como momento isolado na caminhada da Comunidade. Que o mês da Bíblia possa se transformar em desejo contínuo de frequência à Palavra e que por ela sejamos transformados em bem da Igreja, principalmente quanto à unidade e ao diálogo entre nós!
Nossa peregrinação será luzeiro se vivermos em Cristo Jesus, deixando que Ele mesmo, Luz transfigurada sobre nós, elimine as trevas da caminhada eclesial. Que tenhamos coragem de ser a profissão de fé viva no Filho do Deus Vivo!
Pe. Jean Lúcio de Souza - Vigário Paroquial