Estamos no mês de agosto, que não é de desgosto e nem de azar. É mês vocacional, é tempo de renovar a resposta ao chamado de Deus e rezar pelas vocações sacerdotais, religiosas e cristãs leigas nos seus diversos ministérios, matrimônio e consagração especial, independentemente do estado civil.
Como somos amados por Deus! Ainda não éramos formados no ventre materno, não existíamos e a primeira vocação, o primeiro chamado aconteceu. A vida é um presente de Deus, um dom especial. Se conseguíssemos fazer uma pesquisa de nossa árvore genealógica, descobriríamos uma história muito bonita de pessoas com suas forças e fraquezas, alegrias e tristezas, graças e pecados. Mas, se um único relacionamento tivesse sido diferente, não existiríamos, não estaríamos aqui para dar continuidade a esta obra começada e ainda inacabada. Seriam outras pessoas, talvez melhores ou piores, mais inteligentes ou mais ignorantes, mais santas ou pecadoras do que nós. O certo é que Deus nos olhou com amor incomparável e não podemos desprezar este amor, ser indiferentes ao seu chamado. Por isso, a vida precisa ser bem vivida e, infelizmente, quantas situações de morte, dor e sofrimento! Se uma única pessoa não valoriza a vida, como dom de Deus, prejudica a si mesma e quem está ao seu redor.
E quando várias começam a explorar, corromper, praticar injustiça, maldade, violência, roubo e morte? Aí entra a resposta ao segundo chamado de Deus: a vocação cristã, tornar-se como Cristo, ser membro ativo da Igreja, cristão leigo consciente de sua missão na família, na sociedade e nos vários ambientes e circunstâncias. Também a maioria não pediu para ser batizada, tomou conhecimento depois, devido ao ambiente religioso e à família, que acolheu e educou na fé. Veio a catequese, a participação nos encontros de formação e espiritualidade, o engajamento na pastoral, ou movimento eclesial e popular. A vocação cristã advinda do batismo pode ser vivida de diversas maneiras.
A vocação matrimonial, hoje mais valorizada onde a Pastoral Familiar é melhor organizada, passa pelo grande desafio de despertar e preparar jovens para o ideal do diálogo, respeito, fidelidade, unidade e serviço solidário de acolhida e comunhão fraterna na constituição da família, que continua a ser a célula de uma sociedade mais justa e solidária.
A vocação religiosa e sacerdotal são chamados especiais para uma consagração total ao serviço de Deus em favor do povo, dos mais pobres e excluídos da vida digna. A primeira implica os votos da pobreza, castidade e obediência, a vida comunitária e a dedicação em áreas específicas como saúde, educação e comunicação nos ambientes diversos, meio rural e urbano. A sacerdotal, que pode ser também religiosa, é a do presbítero, animador de comunidades, formador dos cristãos leigos e leigas, administrador dos sacramentos e animador das pastorais e movimentos. São os ministros ordenados e livres para servir e promover o reino de justiça, verdade e paz, sobretudo, ser outros Cristos, realizando o Ofício Divino da Liturgia, o Sacrifício Eucarístico, doando-se totalmente a Deus e a todos.
Rezemos pelas vocações. Os que já a abraçaram e discerniram, renovem cada dia a resposta ao chamado de Deus. As pessoas, que ainda estão no discernimento, estejam atentas aos sinais. Os que ainda não descobriram, ou não sabem a que são chamados, procurem, insistem, mas não se deixem levar pelas ondas sedutoras de uma vida sem Deus, sem fé e sem amor.
Pe Geraldo Barbosa