Dia de Pentecostes...
Dia de Festa... é o dia de cinquenta dias, dia de renovação na esperança em que o Senhor Deus e Pai acolhe o pedido do Cristo, e seu pedido está cheio do desejo de unidade “Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu”. Será o Espírito que assentará nas bases de nossos corações o mais belo desejo de sermos Um com o Pai no Cristo.
Hoje poderíamos pensar sobre o modo de ação da Igreja no Espírito de Deus que nos insere na dinâmica da unidade pelo amor e no amor. Mas, pensar em ação não como símbolo de um ativismo frio e desnecessário e sim como acolhimento de uns pelos outros na unidade.
O ativismo que é diferente do bom agir, transforma-se em tentação do fazer sem sentir, sem acolher, sem amar, insere a comunidade na ideia de produção, correndo o risco de transformarmos a Igreja em uma empresa que deve render resultados pelo mecanismo capitalizado da missão que se transforma em “capitação” de verba humana em detrimento das demais igrejas.
Hoje, celebrando a Festa de Pentecostes, somos convidados a permitir que o Espirito Santo de Deus regue nossas vidas com seus dons, com sua luz eternal. É dizer ao Sopro Divino que nos conceda a aragem no cansaço, força na fraqueza, coragem ante o medo na missão de acolher, amar e servir.
Hoje, Pentecostes, é a Festa onde aquele fogo novo do Sábado Santo nos aquece de modo diferente, aquece-nos de dentro pra fora de tal modo que o Fogo do Espírito em nós aqueça o mundo à nossa volta: Deus ignens consumens...
Hoje, Pentecostes, dia de cantarmos na comunidade “vinde Espírito de Deus” e permaneça em nós. Dia de rogarmos ao Espírito, ensina-nos a sermos igreja no acolhimento da Palavra-Cristo nos irmãos e irmãs.
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”: hoje como no dia de Pentecostes com os Apóstolos que possamos aprender a linguagem do Espírito Santo que atinge a todos, a que acolhe a todos e que a todos convida ao amor. A língua que todos entendem, a língua que não carece intérpretes, a língua do servir amando, do acolher servindo, do abraço que perdoa, da dinâmica libertadora da fé e não da dinâmica que condena, isola e mata. Que nossa linguagem não seja a linguagem pesada e fria dos tradicismos eclesiais e das frivolidades desumanas. Que nossa linguagem seja como o repente do nordestino, como a canção caipira ou a música de ninar que nossas mães cantavam na ausência do sono ou no medo do escuro...
Que essa linguagem do Espírito nos ensine a vivermos o acolhimento na unidade com o Pai e com o Filho no Ruah Eterno...
Deus nos guarde no Amor que é Seu Santo Espírito.
Paz e bênçãos!
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus.