É tão difícil comentar sobre o adultério. Acredito que o grande problema não esteja no adultério em si, mas naquilo que nasce antes que o ato aconteça. Em todas as desistências, abandonos, trocas, rancores, falta de perdão, ausência do desejo e do amor, do calor e da permanência na Videira que é Jesus.
As inúmeras dificuldades que são geradas no relacionamento a dois se não forem geridas à porta da caverna do monte à espera do Senhor, as fortes ventanias, os terremotos e o fogo poderão surgir como propósito para a distância e a distância adultera o amor, o desejo de estar com, de viver ao lado de uma pessoa que outrora se desejou tanto.
De fato, algumas uniões nunca deveriam ter acontecido, portanto, tornaram-se ilegítimas e nulas. Mas, e aquelas que surgiram na sinceridade dos sentimentos e que se perderam ao longo da caminhada?
Quando surge o propósito da união cristã formatada no sacramento do matrimônio o caminho que se faz antes e o caminho que se faz depois importa bastante e contribui para a maturidade da relação e a conservação da paixão e a ampliação do amor no cotidiano da vida.
As dificuldades relacionais são inevitáveis, mas quando o casal escolhe estar no monte à espera do Senhor, de certo a suave presença de Deus os conservará. Às vezes, a perspectiva, o olhar, o jeito de ser deve ser aprimorado no perdão, na misericórdia e no diálogo para que tudo que for triste e ruim possa ser resolvido e superado.
A oração do casal com ou sem crise deve ser “É vossa face que eu procuro Senhor e sei que a Vossa bondade eu hei de ver” em todos os instantes de minha vida em família.
Que cada passo dado seja um passo fortalecido no amor conjugal, fruto das bênçãos do Senhor para a família.
Paz e bênçãos!
Pe. Jean Lúcio de Souza
Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus.