As realidades postas nos textos de hoje são realidades vocacionais bem radicais. Todos os batizados são convidados a compreender a dimensão de sua vocação associada ao Mistério da vida do Senhor.
Logo na abertura do texto há uma invectiva Lucana “ser levado para o céu”, tal invectiva significa antes de mais nada sobre a morte (violenta) de Jesus e sua rejeição por parte de muitos e depois sua condução para o lugar dos justos que é junto de Deus.
A vocação de Jesus é uma vocação profética que “nada contra a maré”, ou seja, sua Palavra e Seu jeito de viver significam antes de mais nada estar ajustado à vontade do Pai e não à violência do mundo. Jesus que aninhar aqueles que o Pai lhe confiara para que ninguém se perca, mas sejam todos salvos, resgatados no amor-doação, no amor-acolhimento, na promoção de Justiça e da vida.
Esta atitude exige denúncia das injustiças, levantar a voz em razão dos pobres e sofredores, estender as mãos aos pecadores, acolher as crianças, curar os doentes e os cegos que não conseguem acompanhar a sociedade capitalista e má que só pensa em seus interesses.
Jesus entrega-se à causa da Edificação do Reino de Deus e isto significa aproximar sua vida da rejeição e da incompreensão.
Jesus confia na missão que lhe foi confiada e lhe é perseverante, segue seu caminho sem desejo de vingança, mas tem o de salvação do gênero humano.
Logo após as três cenas revelarão a extensão da vocação de Jesus a todos os batizados. As três cenas decididas e solitárias da vocação associadas à vocação de Jesus, demonstram uma contínua oblação de si. Não há ilusão. Há decisão e em cada decisão um risco.
Não ter onde ficar é a fórmula da plena rejeição de Jesus até pelos seus. Ele não tem casa. Não tem onde ficar. Por vezes se esconde. Quer descansar, mas não pode... A vocação de todos os batizados é um sem lugar no chão deste mundo. É missão e o campo dessa missão é o vasto mundo, nas vastas situações, lugares, ambientes. Há uma inquietação e uma provocação: estar “solitário” no abraço da missão.
É entender que a morte de si para o Reino é uma condição imperiosa, maior que a responsabilidade moral que se lhe impõe de sepultar os seus. Escolher Jesus é morrer com Ele, antes de tudo, para que Nele haja a vida em nós pela missão. Jesus “organiza” a vida do discípulo para a vida.
É ter firmeza no propósito de seguimento e missão. A missão é anunciar e não se prender ao que nos separa da realidade do Evangelho em nossas vidas. Empenho com um futuro novo em Jesus Cristo.
Sigamos firmes em nossa vocação batismal segundo nosso estado de vida!
Paz e bênçãos!
Pe. Jean Lúcio de Souza - Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus.