Hoje celebramos a Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior. Ela está em Roma e foi consagrada em honra a Nossa Senhora, pouco depois do Concílio de Éfeso, no ano de 431. Foi a primeira igreja do Ocidente dedicada a Maria. Sob a proteção da Mãe Santíssima, sejamos todos uma Igreja viva, comprometida com a vida, com a salvação e a paz. Renovemos, nessa primeira sexta-feira do mês de agosto, nosso amor ao Sagrado Coração de Jesus.
Na primeira leitura, o profeta Naum, no século VI a.C., vê a queda do império da Assíria e de sua esplendorosa capital Nínive, destruída em batalhas sanguinárias, pelos babilônios e medos, enquanto Judá, pequena nação, viverá tempos de paz, alegria e consolação. O profeta conclama a viver a fidelidade a Deus e a ter presente que Ele age na história. Deus continua a reger o mundo. O seu ritmo nem sempre corresponde à nossa impaciência, mas tudo “a seu tempo”. Há que se ter paciência: “No mundo, tereis tribulações, mas tende confiança – Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Palavra também confortadora diante das tribulações que enfrentamos aos dias de hoje.
No Evangelho, Jesus, depois da confissão de Pedro, confirmou sua identidade de Messias e Filho de Deus e indicou o caminho doloroso de seu messianismo. Agora Ele fala dos que pretendem segui-lo. A sorte dos discípulos, também a nossa, não será diferente da do Mestre. Ele é chamado a carregar a cruz, como o Senhor, até o calvário, até a morte. Mas Jesus nos garante que “quem perder a sua vida, por Ele, há de encontrá-la” (v.25). A lógica de Deus não inclui triunfos idênticos ao dos poderosos deste mundo, mas inclui perder a própria vida, gastá-la ao serviço dos outros, sem recusar os sofrimentos que daí podem vir, continuando sempre a amar. Uma pergunta: Você está disposto a seguir nesse caminho?
Sou perseverante diante das tribulações - confio em Deus, colaboro com sua graça e ajudo meus irmãos/as que sofrem? Tenho procurado viver como discípulo missionário, no seguimento de Jesus? O que procuro, as glórias deste mundo ou em tudo fazer a vontade de Deus?
Quero, Senhor, acolhê-lo e, cada dia, carregar a minha cruz, seguir os teus passos. Só o teu caminho leva à vida. Sei que caminhar contigo, e como Tu, implica sofrimento. Amar como Tu, significa dar a vida. Isso me assusta. Preferia um amor mais fácil. Mas compreendo que o amor que não se dá totalmente, não é mais do que uma cópia camuflada do egoísmo. Infunde em mim o teu Espírito Santo, para que eu viva o amor oblativo, o amor que se dá, sem condições, até ao fim. Que eu aprenda, definitivamente, a sabedoria do teu amor crucificado. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco