Dois fatos incontestáveis fizeram com que os chefes dos sacerdotes, anciãos e escribas (1ª leitura) colocassem Pedro e João em Liberdade: o reconhecimento de que tinham estado com Jesus e o milagre realizado em nome dele. Um milagre claríssimo, diz a Palavra, ou seja, um milagre incontestável.
Entretanto, não foram capazes de o reconhecer pois isso significaria, em primeiro lugar, assumir o crime que haviam cometido matando o Senhor; depois significaria a necessidade de assumirem seu pecado, reconhecerem o mestre e implorar o perdão, o que certamente não tinham nenhuma condição de fazer, tamanha era a dureza do coração.
Assim a ordem que deram a Pedro e João, de não falar e ensinar em nome de Jesus, soou anedótica, pois como negar aquela companhia benfazeja do ressuscitado que lhes incutia coragem e novo ânimo, ou como negar as maravilhas que Deus operou em Jesus e agora operava clarissimamente no nome dele? Não poderiam se calar, afirmaram, sobre o que viram e ouviram! Não poderiam negar o inegável; não poderiam deixar de testemunhar a verdade.
Ver e ouvir, no âmbito da fé e da experiência com o Cristo ressuscitado é mais do que simplesmente enxergar e escutar. Sugere o reconhecimento, pelo arrependimento, pela conversão e pelo batismo, do senhorio de Cristo e a consequente vida nova por Ele gerada. Em Cristo, a mão direita do Senhor nos levanta e faz maravilhas (Salmo). As várias aparições do ressuscitado aos seus discípulos insistem no fato de que eles agora são os responsáveis para irem por todo o mundo anunciando o Evangelho a toda criatura (Evangelho); exatamente em seu lugar, e obviamente com eles, uma vez que prometeu estar com os seus até o fim dos tempos.
QUESTÃO NORTEADORA: (para ser respondida mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO: Ó Deus, que pela riqueza de vossa graça multiplicais os povos que creem em vós, contemplai solícitos aqueles que escolhestes e dai aos que renasceram pelo batismo a veste da imortalidade, amém.
Diác. Robson Adriano F. D. e Silva