Caros irmãos e irmãs, a liturgia da Palavra neste dia quer que continuemos a meditar sobre nosso caminho enquanto cristãos unidos à Videira Verdadeira e sobre os frutos gerados pela fé. É certo que hoje a Liturgia em si não menciona nada sobre a Videira, contudo, ainda trazendo e procurando conservar no coração aquele princípio primordial de permanecermos ligados ao Senhor, ao meditarmos os textos que nos são apresentados, não podemos nos furtar àquela realidade essencial.
Jesus anuncia sua partida. É preciso partir, voltar para Deus nosso Pai para se cumprir a Justiça em favor do Filho que em tudo viveu a vontade do Pai e no-la comunicou com intensidade e zelo, como João nos ensina: “ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; esta é a ordem que recebi do meu Pai” (Jo 10,18), aquela vontade de quem ama, se doando e entregando, para que todos nós pudéssemos guardar, plenamente, a vida, e a pudéssemos comunicar por onde passar.
Jesus nos garante a presença do Defensor!
É preciso partir para que a missão tenha continuidade por meio dos batizados, ramos do corpo místico da Videira, convidados a frutificar, de todos aqueles que recebem do Defensor a satisfação de não se sentirem abandonados, mas impulsionados ao anúncio do Evangelho. Por esse anúncio vigoroso todos são convidados a crer no Cristo Senhor e a caminhar vivendo segundo o santo Evangelho.
É Ele, o Defensor, que nos valida na missão e mais, é Ele que nos afasta do chefe deste mundo, e nos torna, por natureza espiritual, pertencentes, totalmente a Deus.
Por isso, contemplamos a cena de Paulo e Silas vivendo o anúncio do Evangelho na pessoalidade de suas vidas e no início formativo das primeiras comunidades familiares onde Jesus passa a ser conhecido e amado. Ambos anunciam como a coragem do Espírito de Deus e por causa do santo anúncio são perseguidos, afinal o próprio Senhor nos comunicou essa verdade, mesmo que o Pai cuide da Videira Verdadeira, algumas pragas oportunistas aparecem, tentando destruí-la e nós somos seus ramos (lembrai-vos daquilo que eu vos disse: 'O servo não é maior que seu senhor'. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós – Jo 15,20). Contudo, mesmo com as perseguições os frutos da evangelização aparecem simbolizados na família daquele carcereiro que também, após o anúncio passa a cuidar e servir e se alegrar por crer em Deus!
Pe. Jean Lúcio de Souza