Caros irmãos e irmãs a oração de Jesus ganha contornos mais profundos e seu diálogo com o Pai expressa seu desejo de unidade.
A oração de Jesus possui uma gentileza eternal. Ele não roga somente pelos discípulos da primeira hora, mas roga por todos aqueles que haverão de crer em sua Palavra anunciada.
A palavra dos discípulos é assumida por Deus, no anúncio justo, bom e verdadeiro da edificação do Reino, como Palavra de Deus. Quando dizem, dizem em nome de Deus. Quando creem, creem na Palavra de Deus anunciada por Jesus Cristo e nós somos chamados a estarmos anexados nesta verdade e anunciá-la. Jesus se interessa por todos, de todos os tempos, que irão crer em sua Palavra, então, ora por todos.
Nela crendo e anunciando-a como sinal de esperança a todos, tudo pode se reconfigurar em unidade e esta unidade é amar. Sermos um com o Cristo é, como diz o teólogo, constituir em nossas vidas uma atuação que seja fruto de uma única realidade com Jesus e o Pai, logo, nossa unidade com Deus deve ser formalizada a partir de nossa união fraterna, assim, os novos sinais de Jesus serão manifestos pelo amor que une Jesus ao Pai e que nos une aos irmãos e irmãs em Jesus que está no Pai.
Se o mundo é local da missão e do anúncio da Palavra de Deus, por esse mesmo anúncio dos unidos a Jesus e ao Pai, o mundo deve, ouvindo e observando decidir por si só o “que o mundo quer ser”. Não há uma imposição, mas um convite de unidade no amor que é apresentado ao mundo.
A glória de Deus está justamente no amor, no amar. Tudo que é contrário ao amor é contrário à unidade. A forma como amamos também é anúncio, é testemunho. Amar é estar ligado ao Pai em Jesus Cristo. Somos chamados então a comungar o amor junto com Jesus e o Pai. É preciso compreender, desta maneira, que Jesus mostra o amor de Deus aos seus, mas que também o implantou no coração de todos aqueles que Ele escolheu para que estes pudessem ser, no chão do mundo, presença do amor do Pai, que nos une ao Cristo e a todos na unidade: para que todos sejam um.
Pe. Jean Lúcio de Souza