Irmãos e irmãs, retomando nossa caminhada comum, mas nem por isso menos extraordinária, encontramos ensinamentos importantíssimos sobre nossa caminhada de fé, sobre aquela responsabilidade no exercício da prática do bem e do anúncio do Evangelho.
São Tiago na primeira leitura lança uma máxima ética à comunidade dos fiéis: aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado. Verdadeiro ensinamento apostólico, tendo em vista o que o próprio Senhor nos ensina – nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos céus – há uma exigência que permeia nossa caminhada de fé e que exigência é essa? O compromisso com o bem, mas com o bem que age e transforma a sociedade, que movimenta a Igreja e que nos torna homens e mulheres que transformam a fé e vida e libertação.
Fazer o bem é uma exigência para todos que creem no Senhor, contudo, parece que nossa sociedade, especializada em fazer o mal, tem “contaminado” os seguidores de Jesus e, assim, os atinge com o mal da indiferença. Chega a ser paradoxal, temos consciência do bem e nós sabemos o bem que podemos e devemos praticar, mas somos tão orgulhosos que optamos pelo mal. O que ganhamos com isso além de uma sociedade adoecida, de uma igreja fria e cheia de egos inflamados, pregadores vorazes, mas sem ação e assembleias cheias de assistentes e nada mais?
Jesus insiste na prática do bem em seu nome. Mesmo aqueles que não fazem parte do “grupo eclesial”, mas que creem na proposta do Senhor podem agir em Seu nome fazendo o bem a todos. E por vezes, os de fora conseguem agir melhor que os de dentro. Não devemos proibir ninguém de agir em nome do Senhor pelo simples fato de não professar a mesma fé no mesmo “ambiente”. Ao contrário, devemos nos somar aos que são partidários do bem em nome de Jesus e que com o Cristo transformam a sociedade em que vivemos em atos e palavras de acolhimento e amor.
Pe. Jean Lúcio de Souza