A liturgia deste domingo nos convida a refletir sobre a celebração do Dia do Senhor, sábado para os judeus, domingo para os cristãos, fazendo memória da ação criadora e redentora de Deus para com o seu Povo.
A primeira leitura, do livro do Deuteronômio, nos recorda o preceito do terceiro mandamento, de guardar o sábado (domingo, na nova aliança, em Jesus Cristo) para o santificar, sugerindo que seja um dia que exprime a unidade do Povo que celebra a ação libertadora de Deus. Todos, sem exceção, são chamados a cumprir esse preceito.
A leitura a seguir, da segunda carta aos coríntios, nos apresenta o exemplo de ardor apostólico de São Paulo, para quem ser evangelizador equivale a ser prolongamento da vida de Cristo. Apesar das fragilidades humanas, a mensagem do Evangelho não fica comprometida, porque ela é um tesouro precioso e é, antes e acima de tudo, obra do poder de Deus.
O Evangelho mostra que, quando se faz uma interpretação demasiada rigorista dos preceitos da Lei, esta deixa de cumprir a sua missão de estar a serviço do ser humano, a cada tempo. Jesus, ao permitir que seus discípulos apanhassem e comecem espigas, em dia de sábado, e ao curar um homem, também num sábado, na sinagoga, que tinha uma das mãos atrofiada, nos convida a nos posicionar a favor dos necessitados, tendo em conta que o Dia do Senhor foi feito para o homem, não para fazer do homem um escravo. É um convite a vivermos não do preceito, mas da Lei que assumimos em nosso coração, isto é, o Amor, distintivo dos que seguem Jesus. O bem se deve fazer a todo momento.
Sou zeloso em cumprir o terceiro mandamento: guardar domingos e festas de guarda? Assumo esse compromisso movido no Amor a Deus e ao próximo? Como Jesus, tenho procurado trazer para “o centro” quem está marginalizado, atrofiado pelas muitas injustiças e preconceitos? Procuro ser ardoroso como o apóstolo Paulo no anúncio e testemunho do Evangelho, de Jesus, Palavra viva do Pai?
Deus, cuja providência jamais falha, afasta de mim o que é nocivo e me conceda tudo o que for útil para a minha vida e salvação. Dá-me a alegria de servir, a todo momento, com zelo e amor, sendo um sinal do teu amor em favor de meus irmãos e irmãs, para que a ninguém falte o alimento material e espiritual. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago