Bonifácio nasceu na Inglaterra, em 673, e faleceu na Holanda, em 754. Fez-se monge beneditino e foi grande apóstolo da Alemanha, pelo trabalho missionário que ali desempenhou. Ordenado bispo pelo Papa Gregório II, promoveu a fundação de novas igrejas, imprimiu um dinamismo pastoral em sua diocese, além de inúmeras obras de caridade. Fez jus ao seu nome: Bonifácio – aquele que realiza boas obras. A seu exemplo, possamos também, no testemunho da fé, realizar sempre boas obras.
Quando escreve a segunda carta a Timóteo, Paulo se encontra preso em Roma, e já antevê a sua morte próxima. Essa carta tem, pois, o sabor de um testamento espiritual. Ao endereçá-la ao seu discípulo predileto, o Apóstolo o exorta a lutar e a sofrer pelo Evangelho, que é “promessa de vida em Cristo Jesus” (v. 1). Ele nos recorda que Deus não nos deu um Espírito “de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sobriedade” (v. 7). Mesmo preso, Paulo não se envergonha das suas cadeias e incita Timóteo, e também a nós, à mesma atitude. É o preço do testemunho da fé. Como Paulo, somos chamados a dizer: “Sei em quem coloquei a minha fé” (v.12). Deus é fiel e é capaz de guardar aquilo que nos foi confiado até o grande dia.
No Evangelho, os saduceus, frios e calculistas, querem desfazer-se de Jesus, ridicularizá-lo diante do povo, com suas ideias sobre a ressurreição. Jesus aproveita para apresentar corretamente o sentido da vida para além da morte. No tempo de Jesus, eram várias as posições diante do tema da ressurreição: os saduceus negavam-na; os rabinos fariseus afirmavam-na, com certa liberdade interpretativa. Jesus responde a todos, pondo no centro a verdade do amor de Deus: se Deus ama o homem, não pode abandoná-lo ao poder da morte, mas vai uni-lo a Si, fonte de vida, tornando-o imortal.
Como será a vida além túmulo? Jesus nos diz que será uma vida que escapa aos esquemas do mundo presente: será divina, eterna, comparável à dos anjos, de tal modo que o matrimônio e a reprodução próprios para esse mundo, não o serão no céu. Ou seja, não será um prolongamento desta vida, mas uma existência nova, resultante de uma misteriosa transformação, fruto da fidelidade e do amor de Deus, que envolverá o homem, o ser humano, em sua totalidade.
Vivo movido pelo Espírito Santo, marcado pela fortaleza, pelo amor e pela sobriedade? Confio em Deus e sou perseverante nas alegrias e provações da vida? Como Paulo que encoraja Timóteo na missão, faço-me instrumento de Deus para ajudar os mais fracos e necessitados? Acredito na vida eterna, na ressurreição dos mortos? Tenho vivido a comunhão com Deus aqui, para um dia ela ser de vida eterna no céu?
Senhor, Tu és o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. Tu és o Deus que ama a vida. Tudo existe e subsiste em Ti. Sem Ti, eu seria um nada. Eu Ti bendigo, porque venho de Ti, vivo por Ti, e vou para Ti. Que eu saiba proclamar sempre a tua glória e jamais me envergonhe do Evangelho ou tenha medo das incompreensões e recusas que a sua proclamação me pode acarretar. Dá-me a coragem de Paulo que, mesmo preso, proclama o Evangelho da vida. Reaviva em mim o teu dom para que, também eu, seja um livre prisioneiro de Cristo, deixando-me amarrar eternamente pelas cadeias daquele amor divino que venceu a morte. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago