Hoje, celebramos a memória de Santo Antônio. Ele nasceu em Lisboa, Portugal, em 1195 e veio a falecer, em Pádua, na Itália, em 1231. Foi ordenado padre na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e depois ingressou na Ordem dos Franciscanos. Foi ilustre pregador da Palavra de Deus, a qual serviu com simplicidade e fervor. Não mediu esforços para socorrer os pobres. A seu exemplo, cultivemos profundo amor à Palavra de Deus e dedicação caritativa para com os mais pobres e necessitados.
Na primeira leitura, Elias anuncia a Acab o fim da seca, que tinha anunciado como castigo da impiedade geral, e o fim do jejum, que o rei tinha ordenado, para obter a clemência divina. Deste modo, o profeta demonstra que é Deus que atua em Acab e em Israel, seja no castigo, como no perdão. O castigo de Deus tem sempre uma finalidade pedagógica: levar o pecador a reconhecer os seus erros e a regressar a Deus, à vivência da Aliança, a dar a Deus o lugar que Lhe é devido. E assim voltar a experimentar a fidelidade e a misericórdia divinas. De igual modo, pode acontecer conosco: as provações são, por vezes, oportunidades de rever a nossa própria vida, diante de Deus, e de refazer o caminho. Confiar-se aos desígnios de Deus, guardando a perseverança, é sinal, à luz da fé, de grande sabedoria.
O Evangelho nos leva a refletir sobre o mandamento do amor a Deus e ao próximo, que são um só amor. Os fariseus quase que só se preocupavam com o amor a Deus, negando uma justa relação com o próximo. Jesus, pelo contrário, considerava o amor fraterno uma exigência rigorosa. Por isso, diz aos discípulos: “Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu” (v. 20). Chegou mesmo a colocar o amor ao próximo acima das ofertas a Deus: “Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta” (v. 23-24). O dom mais agradável a Deus é exatamente a caridade fraterna. Se ela faltar, tudo o resto fica sem valor.
Confio na Palavra de Deus e procuro aplicá-la em minha vida? Enfrento as provações da vida com coragem e fé, sendo, em tudo, perseverante? Faço o bem ao próximo, sobretudo aos mais necessitados? Em que a Palavra de Deus hoje mais me ajuda?
Senhor, Tu me ensinas a apresentar-me diante de Ti, mas, quantas vezes, apresento-me para os sacrifícios espirituais sobre o altar com um coração não reconciliado. Envia sobre mim o teu Espírito Santo, que ele ilumine as minhas relações com os outros, para que, se for necessário, as reformule à luz dos teus ensinamentos. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago