A liturgia do 11.º Domingo do Tempo Comum fala-nos de esperança. Lembra-nos que Deus é o Senhor da História e garante-nos que Ele nunca deixará de acompanhar os seus filhos na sua peregrinação pela terra. Ele só tem um objetivo: conduzir-nos ao encontro da Vida plena e definitiva, da felicidade sem fim.
Na primeira leitura, o profeta Ezequiel, contando uma parábola, assegura ao Povo de Deus, exilado na Babilônia, que Deus não esqueceu a Aliança, nem as promessas que fez no passado. Apesar das vicissitudes, dos desastres e das crises que as voltas da História comportam, Israel deve confiar nesse Deus que é fiel e que nunca desistirá de oferecer ao seu Povo um futuro de tranquilidade, de justiça e de paz sem fim.
A segunda leitura nos recorda que a vida nesta terra, marcada pela finitude e pela transitoriedade, deve ser vivida como uma peregrinação ao encontro de Deus, para a Vida definitiva. O cristão deve estar consciente de que o Reino de Deus (de que fala o Evangelho de hoje), embora já presente na nossa atual caminhada pela História, só atingirá a sua plena maturação no final dos tempos, quando todos os homens e mulheres se sentarem à mesa de Deus e receberem de Deus a vida que não acaba. O destino final de cada homem ou mulher é o encontro com o Senhor, a Vida plena e definitiva.
No Evangelho, Jesus compara o Reino de Deus com uma pequena semente, de aparência insignificante, mas capaz de mudar a paisagem do mundo. Ela cresce sem se fazer notada, sem dar nas vistas, sem publicidade, mas tem em si o dinamismo de Deus, um dinamismo capaz de fazer nascer um mundo novo. Esse Reino que Jesus, por mandato do Pai nos veio propor, é um presente de Deus para os seus filhos. A parábola é um convite à esperança, à confiança e à paciência. Nos fatos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que atua na História e que oferece aos homens caminhos de salvação e de Vida plena.
Reconheço a brevidade e a finitude da vida terrena e tenho me cuidado em fazer o bem, em minha passagem terrena, para um dia receber de Deus o prêmio da vida plena e definitiva? Sinto Deus abençoando, a cada tempo, meus passos e minhas decisões ou sou resistente à sua graça? Acolho o Reino de Deus como dom, mas ao mesmo que exige de mim fé e compromisso? Como venho respondendo ao chamado e à missão que Deus me confia?
Ó Deus, força daqueles que em vós esperam, sede favorável ao meu apelo e, como nada posso em minha fraqueza, dai-me sempre o socorro da vossa graça, para que eu possa querer e agir conforme a tua vontade, seguindo os teus mandamentos. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago