A primeira leitura faz referência à carta do rei da Assíria, Senaquerib (704-681a.C), com ameaças a Ezequias. Perante o assédio do forte exército do rei da Assíria, à sua capital, o piedoso rei de Judá Ezequias desabafa a sua aflição junto do Senhor, no templo de Jerusalém. O Senhor o escuta e manda o profeta Isaías avisá-lo na forma de um “Oráculo”: “defenderei esta cidade e salvá-la-ei por amor de mim e de Davi, meu servo” (v. 34). Nessa mesma noite, o Anjo do Senhor flagela o acampamento dos assírios, que levantam o cerco a Jerusalém e seguem em retirada. Assim se revela a misericórdia de Deus para com a sua cidade e para com o seu povo.
No Evangelho, Jesus nos diz que a salvação é difícil, que não se chega a ela por caminhos espaçosos e cômodos, mas entrando pela “porta estreita” (v. 14). Vivemos a Nova Aliança. Jesus é a porta para a salvação (Jo 10, 7.9). É porta estreita, mas que leva à vida, por um caminho estreito, onde Ele caminha conosco, onde, Ele próprio, se faz “caminho”. Caminhando com Jesus, as asperezas da viagem não nos estreitam o coração, mas dilatam-no, como aconteceu com os discípulos de Emaús. A porta e o caminho estreitos, da renúncia, do seguimento, da cruz, levam à vida; a porta e o caminho espaçosos, da satisfação, dos apetites desordenados, levam à perdição. Cuide para fazer a escolha certa.
Coloco-me, confiante em oração, nos enfrentamentos da vida? Sou perseverante na fé e na oração? Que caminho venho seguindo, da virtude ou dos apetites desordenados? Reconheço que Jesus é a “porta” por onde devo seguir? Em que a Palavra de Deus mais me ajuda hoje?
Senhor Jesus, dá-me a tua graça, para que possa percorrer com agilidade e satisfação o caminho que Tu mesmo percorreste, sem descer a compromissos que me afastam de Ti, nem cair na mediocridade. Faz-me chegar ao porto da salvação e à vida gloriosa do céu, depois de percorrer, com coragem e persistência o caminho estreito da justiça e da caridade, e de entrar pela porta da penitência. Que o meu coração lance raízes, não na terra, mas no céu. Dá-me a graça de cumprir fiel e generosamente a vontade do Pai. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago