Hoje se celebra a memória de São Cirilo de Alexandria. Ele viveu entre 370 a 444. Foi grande teólogo e profundo defensor da Virgem Maria. Participou ativamente do Concílio de Éfeso, em 431, que atribuiu a Maria o título de “Mãe de Deus”. Ao celebrar a sua memória, cresça em nós o gosto pela Palavra de Deus e por colocá-la em prática.
Também hoje se celebra a memória mariana de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A imagem traz Maria com o Menino Jesus em seu braço esquerdo, a quem dois anjos – Gabriel e Miguel – apresentam os instrumentos da paixão. Ao ver esses sinais, o Menino se assusta e agarra-se à Mãe, enquanto uma sandália lhe cai do pé. Maria, sua Mãe, o acolhe com ternura e lhe transmite segurança. Assim ela também age em favor de todos nós, seus filhos e filhas. Que bom que a gente não é órfão, tem uma Mãe no céu. Jesus assim no-la deu, quis que a sua Mãe fosse também nossa, de toda Igreja.
Na primeira leitura, vemos que com a queda de Nínive, capital da Assíria (612 a.C), Nabucodonosor tornou-se rei da Babilônia (605). Na Primavera de 598, ele apoderou-se do fraco reino de Joaquim, sitiando Jerusalém e procedendo a uma primeira deportação, que envolveu, inclusive o profeta Daniel. Sedecias substituiu Joaquim como rei de Judá (598-587). Como sempre acontece, o autor sagrado liga os dramas do povo à sua infidelidade à aliança (v. 9). O profeta Jeremias, que atuava ao tempo, tinha feito apelo à conversão, mas em vão. O mal atingira o povo que se afastou da aliança com Deus. Do mesmo modo pode acontecer conosco, quando de Deus nos afastamos. A escravidão ao pecado e a desobediência aos seus ensinamentos, tira de nós a segurança, a paz e a verdadeira liberdade.
No Evangelho, ao concluir o Sermão da Montanha, Jesus previne contra a presunção de se salvar apenas pela invocação do nome divino, ou em virtude de ações não acompanhadas com uma vida coerente, com a prática da caridade. Através de parábolas, Jesus não nos deixa iludidos. A porta do Reino só se abre para aqueles que fizeram a vontade do Pai. A rocha representa essa vontade. Sobre ela, pode se construir uma casa bonita, acolhedora e forte. A vontade de Deus não é algo de abstrato, porque se “fez carne” e, em certo sentido, se materializou em Jesus Cristo. Construir sobre a rocha quer dizer construir a própria vida sobre Jesus, sobre a sua Palavra, sobre a sua Pessoa.
Vivo a aliança com Deus, na fidelidade à fé batismal? Obedeço aos ensinamentos e preceitos divinos? Minha vida se constrói na “rocha” ou na “areia”? Tenho feito ou não a vontade de Deus em minha vida?
Senhor, meu Deus, ouço falar muito de carismas, de dons extraordinários. Acredito que Tu os distribuis generosamente para a construção da tua Igreja. Contudo, me ajude a discerni-los, para saber quais são verdadeiros e quais não. Disseste que não basta dizer “Senhor, Senhor”, nem profetizar ou realizar milagres em teu nome. É preciso fazer a vontade do Pai, mesmo com sacrifício. Ajuda-me a construir sobre Ti todos os meus projetos, toda a minha vida. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago