Celebramos a memória de Santo Irineu. Ele nasceu em Esmirna –Turquia, no segundo século. Foi educado na fé por São Policarpo, discípulo do apóstolo São João. Foi ordenado padre e depois bispo de Lião, na França. Grande teólogo da Igreja, em tempos de grande perseguição à fé, empenhou-se na defesa da doutrina cristã no combate às heresias. Sofreu o martírio por voltado ano 200 d.C. Seu exemplo nos fortaleça na fé e na caridade e nos ajude a promover a unidade e a concórdia.
A primeira leitura relata a queda de Jerusalém: matanças, destruições, incêndios. Nem o templo escapa às chamas. O povo é morto ou deportado com o seu rei. E a Bíblia explica a razão de tudo isto: o povo, infiel a Deus, é por Ele rejeitado. As atrocidades descritas talvez não mexam muito conosco. Por vezes, pensamos que eles eram povos pouco evoluídos e ficamos tranquilos. Mas, se abrirmos os olhos para o que se passa no mundo, verificamos que ainda há muito o que mudar na humanidade. São tantos os episódios de crueldade humana, de injustiças, violências e guerras no mundo de hoje. Infelizmente é isso que sai do coração dos homens, quando não são fiéis a Deus. Renovemos o propósito de viver sob a Aliança com o Senhor, caminho de vida, justiça, paz e salvação.
O Evangelho nos mostra que a lei é para ser cumprida. Por isso, Jesus manda o leproso mostrar-se aos sacerdotes. Mas o bem da pessoa e, sobretudo, a graça, vão mais além do que a lei. Aqui Jesus não hesita em estender a mão e em tocar no leproso, com o desejo de curá-lo. O leproso, como outros alcançados pela graça divina, representam as camadas sociais marginalizadas pelo mundo judaico: os doentes incuráveis, os pagãos e as mulheres. Eles são, hoje, os doentes incuráveis, os pobres e fracos da nossa sociedade, tantas vezes esquecidos, excluídos e maltratados. Animados pela fé, somos chamados a confortar e a ajudar tantos que sofrem, vítimas de calamidades naturais, de guerras, de graves situações de pobreza e de falta de desenvolvimento, movidos, sim, por aquele sopro de vida que provém do próprio Cristo.
Vivo com fidelidade a minha fé? Empenho-me em fazer a vontade de Deus? Em que preciso ser curado para viver com mais plenitude o chamado que Deus me faz e a missão que me confere? Procuro ser instrumento de Deus para “curar” os meus irmãos e irmãs, em suas muitas necessidades? Em que a Palavra de Deus hoje mais me ajuda?
Senhor, meu Deus, quão numerosas e grandes são as situações de injustiça, os escândalos e os conflitos que cobrem de sangue a face da terra. Faz-me solidário com quem sofre. Inspira-me, Senhor, a testemunhar a fé com boas obras e dá-me generosidade para fazer tudo o que esteja ao meu alcance em favor da justiça e da caridade para que todos tenham vida e vida plena, de verdade. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago