Caros amigos e amigas,
As declarações de amor são sempre importantes e bonitas. Recebermos uma declaração de amor daqueles (as) que também amamos é muito bom! Nossos pais e mães que nos amam muito declaram seu amor a nós, seus filhos e filhas constantemente, quer por palavras ou gestos, o amor é sempre declarado. Os casais apaixonados declaram-se em paixões de éteres e amores edificantes. Aos nossos amigos (as) também declaramos nosso amor na fidelidade e na simpatia da convivência cotidiana. Gosto muito de lembrar a declaração de amor de Vinícius de Morais aos seus amigos: “Que morram todos os meus amores, mas enlouquecerei se morrerem os meus amigos, pois não há nada mais precioso do que uma amizade verdadeira”.
Não sei como cada um de vocês recebem as declarações de amor que recebem no quotidiano daqueles que são seus, declarações bem acentuadas ou tímidas, mas sempre vivas e sinceras!
Hoje, de modo muito especial, a liturgia nos mostra declarações de amor universal de Deus nosso Pai a todos nós. Essas declarações essas que sempre conseguem encantar meu coração e que fazem com que me sinta no ninho do abraço do Pai. Vejam o que o profeta Jeremias declara ao povo santo: “Eu te amei com amor eterno, e por isso conservei para ti o amor”! Esta declaração de amor eterno, sem fim, inquebrantável, nos seduz ao extremo. E o amor de Deus se manifesta de muitas maneiras, mas aqui, na Liturgia da Palavra deste dia 7 de agosto, o Senhor nosso Deus e Pai revela seu amor pela misericórdia ao grito das nações “Senhor, salva seu Povo!”. Onde o Senhor manifesta sua misericórdia por excelência? Em Jesus, Seu Filho!
Vocês sabem o significado do nome “Jesus”? Este nome quer dizer: “Deus salva” ou “o Senhor é nossa Salvação”. Curiosamente o recorte da profecia de Jeremias hoje encerra com esta exclamação. O Senhor, que ama seu povo de verdade, o ama salvando, resgatando, libertando.
Por isso, na cena do Evangelho de hoje conseguimos antecipar a missão apostólica que não se dirigirá somente à casa de Israel, mas a todo mundo. A missão de fazer com que o Evangelho pudesse se tornar uma regra existencial para o mundo é igualmente obra de libertação. Jesus, que parece questionar sua ação para fora da casa de Israel (os filhos e filhas), desata um diálogo com uma pessoa duplamente excluída – mulher e cananéia (pagã) – contudo, neste diálogo, ao sentir-se confrontada com a realidade de um “grupo escolhido e privilegiado” ela adéqua a ação de cuidado do Senhor que se estende a todos.
Ali, o amor de Deus é revelado na declaração de um amor que é eterno e sem limites. É amor que se manifesta na misericórdia da cura da filha de uma mulher pagã, de alguém que não comungava da mesma fé de Israel, mas que com boa vontade reconheceu no Senhor o amor de um Deus compassivo que salva a todos e todas.
Que sejamos sempre seduzidos pelas declarações de amor de Deus em sua Palavra e que essas declarações de amor e misericórdia sejam sentidas ao longo de nossas vidas!
Pe. Jean Lúcio de Souza