Na primeira leitura, Paulo chama a atenção da comunidade de Corinto, ameaçada na sua fé por princípios da mentalidade greco-pagã. Para isso, ele fala da centralidade do mistério pascal de Cristo. O essencial para a salvação é acreditar em Cristo, morto e ressuscitado: “Julguei não dever saber outra coisa entre vós a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”. É a fé, como acolhimento da Palavra da cruz, que revela o poder de Deus que salva. Não há outro caminho. Paulo afirma-o com a força da sua autoridade, procurando, pela pregação, reconduzir ao bom caminho os cristãos de Corinto que tinham assumido práticas contrárias ao que é próprio da fé em Cristo. Também para nós, a pregação deve nos levar à fé, isto é uma "adesão" que nos conduza à identificação com Cristo, crucificado-ressuscitado, à vivência da sua vida, dos seus "mistérios", dos seus sentimentos até podermos dizer como Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20).
No Evangelho, Jesus proclama, na Sinagoga, a página profética do livro do profeta Isaías e a interpreta: “Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.” Jesus é o profeta prometido e o tempo presente é o Kairós - o tempo providencial - que é preciso acolher. Os ouvintes reagem manifestando espanto pelas palavras de Jesus e pelo modo como as pronuncia: palavras repletas de graça. Alguns reagem negativamente, de modo crítico e mesmo agressivo contra Jesus. A proposta da salvação provoca reações diferentes e, por vezes, opostas.
Reconheço em Jesus, o Messias, o Filho de Deus? Vivo a minha fé, buscando identificar-me com Ele? Sou atento e pronto em praticar os seus santos ensinamentos?
Senhor Jesus, que, ao anunciar-Te, eu tenha um coração impregnado de verdade, livre de medos, de interesses pessoais, de pressões inúteis. Que a minha única preocupação seja dar a conhecer o Pai e o seu amor sem limites pela humanidade. Suscita naqueles a quem sou enviado o desejo de Te conhecer. A tua Palavra tem o poder de curar, de transformar e de fazer maravilhas. Que o meu coração e o coração de todo ser humano, a quem me envias a semear a Palavra, se tornem terra boa, onde ela cresça e dê muito fruto. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago