Na primeira leitura, Paulo afirma que ninguém, pelas suas próprias forças, pode conhecer a Deus e o mistério da salvação que Ele oferece a todos. Tudo é graça, e só pela graça podemos participar na salvação. A revelação do Pai em Cristo, o seu Filho amado, nos permitiu conhecer os “segredos de Deus” e, com a ajuda do Espírito Santo, conseguimos balbuciar algo do que se refere à vida em Deus. É esse Espírito que recebemos que traz consigo o dom da sabedoria, iluminando-nos pelo Evangelho acerca daquilo que agrada a Deus. Paulo, mais uma vez, mostra a centralidade do mistério de Cristo, tudo isso se realizou n’Ele, na sua vida terrena e concretamente na sua morte e ressurreição.
No Evangelho de hoje, temos um pobre doente que é libertado de um espírito maligno. Começa o choque frontal entre Jesus e o demônio. Esse choque é necessário para que Jesus se revele como o Salvador, isto é, como aquele que redime os que estão sob o domínio de Satanás e aquele que resgata para Deus e para o seu Reino. A intervenção de Jesus tem dois efeitos colaterais: suscita espanto em alguns e faz com que a sua fama se espalhe na região. “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder e eles saem” (v. 36).
Vivo uma vida que agrada a Deus? Que frutos tenho produzido? Reconheço que tudo é graça de Deus? Reconheço o poder que Deus tem de me libertar de todo mal? Do que preciso ser libertado?
Senhor, os teus desígnios são insondáveis e misteriosos os teus caminhos. Os teus gestos são loucos para a sabedoria humana. Assumes a fraqueza de uma criança para destruir os poderosos; dás a outra face a quem te bate e perdoas a quem Te ofende; morres para dar a vida e a salvação. Também eu, na situação concreta em que me encontro, à luz do teu Espírito, só posso dar-me conta do teu amor e dizer-Te: “Tudo é graça”. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago