Celebramos hoje a primeira sexta-feira do mês de setembro, consagrada ao Sagrado Coração de Jesus. Queremos confiar a Ele, fonte de vida sem fim, o grito de nosso planeta Terra e as vítimas das catástrofes naturais, em comunhão com as intenções do Papa Francisco para esse mês.
Vemos, na primeira leitura, que na comunidade de Corinto, havia alguns que contestavam a autoridade de Paulo. O Apóstolo começa por afirmar: somos "servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus" (v.1), nada mais.Também nós somos “administradores dos mistérios de Deus” com a missão de Evangelizar. Aos servos-administradores requerer-se que sejam fiéis ao Senhor e ao serviço que lhes é confiado. Paulo sente-se submetido ao juízo de todos; mas sente-se livre porque tem presente que “quem o julga é o Senhor” (v.5). Isso não o isenta de sua responsabilidade, mas exige dele zelo e compromisso para com a Missão, pois “cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido” (v.5).
O Evangelho fala sobre a prática do jejum. Aqui se realça o espírito com que deve ser praticado o jejum. A comparação à vida esponsal, alegoria que Jesus usa, nos leva a considerar Jesus como "o esposo", cuja presença é motivo de alegria e cuja ausência será motivo de tristeza. Jesus nos mostra que o jejum deve nos levar a Deus e ao próximo, a estar com Ele e a escutá-lo, a amar mais e a servir melhor. Muito sugestivo é a parábola que conta sobre a roupa nova e o vinho novo, evidenciando a novidade trazida por Ele e testemunhada pelo Evangelho (v. 36-39). Ao se recordar das palavras de Jesus, Lucas quer estigmatizar a atitude daqueles que, recusando a novidade do Evangelho, acabam por arruinar o que é novo sem realizar o que é velho. O jejum nos ajude a sermos fieis servidores do vinho novo do Evangelho que é Cristo, o Senhor, e a proclamar o Reino de vida, verdade e salvação que Ele veio estabelecer, da parte do Pai.
Tenho vivido como servidor de Cristo e administrador dos mistérios de Deus, colocando dons e bens a serviço da evangelização? Pratico o jejum, com que objetivo, de ser visto ou de servir? Sou dado a “fazer juízos” sobre as pessoas ou a me adiantar para ajudar? Na certeza de que vou receber de Deus o louvor que tiver merecido, como diz Paulo, como “estão minhas contas”?
Senhor, dá-me o sentido do bom gosto, que não me fecha no "velho" mas valorizando-o, sabe colher a novidade da graça. Dá-me aquele sentido de equilíbrio que não me amarra a normas e práticas decaídas e ultrapassadas, mas leva-me a fazer opções justas e adequadas, em conformidade com o teu Reino e,em tudo, agir como servo e administrador dos teus mistérios. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago