Na primeira leitura, Paulo apresenta outra situação presente da comunidade de Corinto: alguns cristãos, na tentativa de dirimirem questões entre eles, apelaram para tribunais pagãos. Paulo intervém com autoridade e clareza, levando-os a refletir sobre a gravidade e a delicadeza da situação de certas atitudes. Quer, sobretudo, lhes recordar que o juízo entre irmãos na fé deveria obedecer a critérios que a própria fé sugere e é capaz de formular. Caso contrário, é preciso concluir que a fé daquela comunidade era incapaz de orientar a vida dos seus fiéis e de iluminar as suas opções. Depois, ele questiona a comunidade: será que não encontram entre vocês uma pessoa sábia para arbitrar as suas questões? Por fim, o Apóstolo retoma o núcleo da doutrina cristã e, referindo-se ao Batismo, lembra a novidade do dom recebido: “Vós fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus” (v.11). Para terem parte no Reino de Deus, não podem viver uma “vida mundana”, de injustiças, crimes e devassidão.
No Evangelho, vemos Jesus que passa a noite toda em oração, em diálogo com o Pai (v. 12), antes de escolher os apóstolos. Ele “convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles”, aos quais deu o nome de apóstolos (v.13). Temos aqui, desde o início, uma das características da Igreja de Cristo, a sua apostolicidade, juntamente com as outras características, a saber: a unidade, a santidade e a catolicidade. Ao final do Evangelho de hoje, Lucas registra as multidões que vêm para escutar Jesus e para ser curadas das suas doenças (v. 18), dando a entender que essa será a missão dos apóstolos e de seus sucessores, de, em nome de Cristo, anunciar o Evangelho e curar as multidões, anunciando e dando testemunho de seu projeto de amor e vida.
Tenho buscado a perfeição cristã, abandonando os vícios, as imoralidades e os crimes humanos? Vivo o meu batismo, com prontidão de vida, dizendo sim ao chamado e à missão que Deus me faz? Professo minha fé numa Igreja una, santa, católica e apostólica? Para vencer as diferenças e conflitos, que critérios me inspira, os dos valores humanos e cristãos, ou das “espertezas” do mundo?
Senhor Jesus, dá-me a graça de viver à luz da sabedoria que vem do alto, do teu Santo Espírito, assumindo comportamentos justos e retos; que eu seja ponderado nos juízos, livre de toda corrupção; que eu tenha um profundo respeito pelos outros e me afaste de todo preconceito. Dá-me, Senhor, a sabedoria, a ciência prática da vida e da fé que me torna livre emocionalmente, capaz de um discernimento correto e assim eu possa indicar a todos, com a palavra e a vida, o caminho do bem. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago