A liturgia do 25.º Domingo do Comum nos convida a escolher entre a “sabedoria do mundo” e a “sabedoria de Deus”. A “sabedoria do mundo” talvez nos torne importantes, humanamente falando; mas apenas nos proporciona uma felicidade passageira. A “sabedoria de Deus”, por outro lado, não nos assegura glórias e triunfos humanos; mas nos leva ao encontro de algo infinitamente mais valioso: a Vida verdadeira e eterna.
A primeira leitura desvenda a estratégia dos “ímpios” para lidarem com os “justos” que os incomodam. Os “justos”, incompreendidos, desprezados, hostilizados a cada passo pelos “ímpios”, não terão uma vida fácil e indolor; mas, coerentes com a sua fé, viverão com o coração cheio de paz e saberão que Deus está do lado deles. Vale a pena ser “justo” e manter-se fiel aos valores da fé.
Na segunda leitura, Tiago exorta os discípulos de Jesus a viverem de acordo com a “sabedoria do alto”, que é fonte de paz, de misericórdia e de frutos bons. A recusa em viver de acordo com a “sabedoria do alto” gera divisões, conflitos, ciúmes, discórdias, que causam sofrimento pessoal e impedem a comunhão dos irmãos. O seu objetivo é nos exortar a pautar nossa vida pelos valores cristãos autênticos.
No Evangelho, Jesus apresenta aos discípulos o caminho que se dispõe a percorrer: é o caminho do dom da vida, do amor até ao extremo, da entrega na cruz. Jesus está plenamente convencido de que esse caminho é o caminho que conduz à Vida plena. Mas os discípulos, impregnados da lógica do mundo, têm dificuldade em se comprometerem com essa opção: preferem as honras, os privilégios, o poder. Jesus, no entanto, não negocia: quem não estiver disponível para abraçar a “loucura da cruz”, não terá lugar na comunidade do Reino. Ao colocar uma criança entre eles, mostrando a necessidade da acolhida, Jesus ensina que quem se dispuser a pôr a sua vida ao serviço dos pequenos, dos mais humildes, dos mais desprezados, daqueles que o mundo desconsidera e põe de lado, esse será o maior, o mais importante. A comunidade de Jesus não é lugar de honras, mas lugar de serviço e de amor.
O que tenho buscado, a sabedoria do mundo ou a sabedoria de Deus? Procuro ser justo e reto, mantendo-me fiel aos ensinamentos e valores da fé? O que mais me desperta: a busca por honrarias, privilégios, ou a alegria de servir, e servir com amor, a partir dos pequenos?
Senhor, meu Deus, que resumistes toda a Sagrada Lei no amor a Ti e ao próximo, concede-me que, observando os teus mandamentos, viva com frutos, neste mundo, a missão que me confiais e, um dia, mereça chegar à vida eterna. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago