Memória de São Venceslau e de São Lourenço Ruiz e companheiros, mártires.
Na primeira leitura, o autor do Livro do Eclesiastes se pergunta: que sentido tem a vida, se tudo corre tão depressa para a velhice e para a morte? A questão aqui posta descreve impiedosamente o irromper da velhice. Ele usa a imagem de um palácio nobre, outrora cheio de vida e atividade, e agora em ruínas. Naturalmente a velhice também é um risco, e pode apresentar-se com um rosto dramático, sobretudo se for a conclusão de uma vida vazia, dispersa. Por isso o autor aqui começa por dizer: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua juventude” (12, 1), pois a vida é uma só. É preciso vivê-la intensamente. Uma velhice que concluiu uma vida cheia é qualitativamente diferente de uma velhice que encerra uma vida vazia. Sem Deus, tudo é vaidade.
No Evangelho, o povo e os próprios discípulos estão admirados com as maravilhas que Jesus faz. Mas Jesus interrompe essa euforia, sobretudo dos mais próximos, os Apóstolos, para lhes falar novamente da cruz que o espera. O que deve interessar aos discípulos não é a glória do Mestre, mas o seu “ser entregue nas mãos dos homens” (v. 44). É isso que devem compreender, sob pena de não perceberem corretamente a identidade de Jesus e a verdade da sua revelação. Compreender a cruz significa compreender o lado mais luminoso, novo e imprevisível do rosto de Deus revelado em Jesus. Não se trata aqui de um pormenor qualquer, mas do centro, do essencial. Fixemo-nos, pois, nos valores fundamentais, e não nos superficiais e efémeros. Se procuramos observar o mandamento do amor a Deus e ao próximo, e progredir nesse amor, jamais seremos desiludidos.
Como vivo a minha vida, vazia ou intensa? Que lugar tem Deus na minha vida? Tenho procurado crescer no amor a Deus e ao próximo? Em que a Palavra de Deus me ajuda hoje a dar passos na vivência do discipulado missionário?
Obrigado, Senhor, pela beleza, pela grandeza e pela riqueza da tua criação. Ela me fala de Ti. Louvo-te e te admiro em cada criatura. Mas não quero deixar-me amargurar pelo fato de que tudo passa. Agradeço-te pelo que me dás. Que jamais me esqueça que tudo vem de Ti e me leva para Ti. Então, a minha felicidade será plena, porque participarei na tua alegria, agora e sempre. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago