Jerônimo nasceu na região da Dalmácia, cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Abraçando a vida ascética, ele partiu para o oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do Papa Dâmaso. Nesta época, Jerônimo começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde, se estabeleceu em Belém, onde continuou a tomar parte ativa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.
Hoje, celebração do Dia da Secretária/o. Nosso agradecimento a todos que prestam esse importante serviço, especialmente a Ana Maria, Cíntia e Ana Flávia, secretárias da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Nosso muito obrigado.
Na primeira leitura, temos o Livro de Jó. Mais que do sofrimento, esse livro trata do comportamento do justo na provação. É a provação que revela o coração do homem e a gratuidade da sua fé. A provação é para todos, também para os melhores. Jó era “um homem íntegro e reto, que temia a Deus e se afastava do mal” (1, 1). Não havia razão para ser tentado. Mas a provação bateu-lhe à porta. Experimenta a sua fé. Mostra se Jó procura a Deus com fé “pura” ou se, pelo contrário, busca a si mesmo. Jó sai vencedor da provação: “Em tudo isto, Jó não cometeu pecado” (v. 22). No texto, Deus permite Satanás tentar Jó, mas não deixa de confiar nele. Segue um rol de desgraças (vv. 13-22) que submetem Jó a dura provação. Perde os bens, os filhos, os servos. Mas, com desgosto para Satanás, Jó continua a bendizer a Deus e vence a prova. A sua fé não vacila. Prostra-se por terra e diz: “Saí nu do ventre da minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor me deu, o Senhor me tirou; bendito seja o nome do Senhor!” (v. 21). Jó nos dá um maravilhoso exemplo de confiança em Deus, numa situação de extremo sofrimento. É, talvez, mais fácil reconhecer a Deus, quando tudo corre bem, porque é mais espontâneo pensarmos num Deus a nosso serviço, do que em Deus em Quem podemos confiar e nos confiar quando parece longe de nós, e até “contra nós”.
O Evangelho de hoje nos lembra duas atitudes fraternas muito comuns na vida dos santos. A primeira atitude é a da humildade, que se opõe a toda a ambição (vv. 46-48). Outra é a tolerância (Vv. 49 ss.). São temas frequentes nos evangelhos que, no fundo, sublinham a necessidade de ultrapassar a autossuficiência de quem aspira a títulos e dignidades, bem como de quem é orgulhoso. Por outro lado, é bastante espontâneo o desejo de ser o primeiro num grupo. Também os apóstolos caem nesse engano. Discutem sobre o lugar que ocupariam e sobre quem seria o primeiro entre eles. Mas Jesus não embarca nesse tipo de discussões. Toma uma criança e a coloca ao seu lado, no lugar de maior dignidade, afirmando: “quem for o menor entre vós, esse é que é grande” (v. 48). Depois, perante a atitude ciumenta dos apóstolos, Jesus ensina a tolerância: “Mestre, vimos alguém expulsar demônios em teu nome e o impedimos, porque ele não te segue juntamente conosco”. (v. 49). Mas Jesus não está de acordo: “Não o impeçais” (v. 50). O discípulo deve ter um coração aberto e tolerante. Deus envia quem Ele quer para anunciar a sua Palavra e para fazer o bem. Não tem, necessariamente, que pertencer a esse ou outro grupo. Conta aqui é a mensagem, o Evangelho anunciado e Deus tem muitos modos de falar à criatura humana, a seus filhos e filhas. Quem somos nós para regular a ação de Deus?
Como ajo diante das provações da vida, culpo a Deus pelos meus infortúnios, me afasto d’Ele, ou permaneço confiante em minha fé e em minha entrega a Ele? O que busco: honrarias ou alegria em servir? Sou aberto para acolher as pessoas e reconhecer a ação de Deus para além de mim mesmo e do meu grupo? Que me falta ainda?
Senhor Jesus Crucificado, dá-me a graça de experimentar o teu amor nas ocasiões do sofrimento e das provações. Que na prosperidade ou no infortúnio, no sucesso ou no insucesso, na saúde ou na doença, eu possa experimentar a presença do teu "desmesurado amor” por mim. Dá-me a graça de acolher os sofrimentos e as provações como ocasiões para entrar, de mente e coração, no teu mistério inefável de amor. Que, cada vez mais, eu te conheça, Senhor, e que cresça em mim a confiança em Ti. Amém.
Nota: agradeço a você que acompanhou as reflexões, nesse mês, propostas por mim. Para outubro, estará sob responsabilidade do Diácono Robson.
Pe. Marcelo Moreira Santiago