Na Liturgia da Palavra desta semana, nos levará à contemplação do Cap. 21 do Evangelho de Lucas. Neste capítulo o evangelista colocará o discurso de Jesus sobre a ruína de Jerusalém situado entre os versículos 5 até o final do capítulo (v.38). Este discurso também está situado nos Evangelhos de Marcos e Mateus e encerram a caminhada de Jesus antes de sua prisão, neste sentido, a inserção dos discursos sobre o “fim”, apresentarão uma virada no modo de compreender a realidade messiânica.
O discurso de Jesus inserido em Lucas é direcionado a dois grupos específicos, aqueles que ansiosos se desesperam (fanáticos) e querem “forçar” a vinda do Reino de Deus e com isso a dimensão escatológica do fim e para o grupo dos que desanimaram e que já não conseguem esperar por mais nada no contexto da fé, gerando apatia em seus corações.
Nestes casos a questão do empenho na edificação do Reino de Deus fica prejudicada. Pelos primeiros por não conseguirem edificar a realidade do Reino por uma insistência chata e pedante na realidade dos fins se esquecendo da realidade do hoje operante e zeloso pelas coisas de Deus. Do outro lado, os que desistem, deixam de lado seu compromisso missionário dos discípulos deixando a messe ser atacada por lobos vorazes do cotidiano no mundo.
É preciso dar testemunho do Senhor de modo integral e com os pés firmes na realidade que nos assola, seja uma realidade de guerras, pestes e perseguições, seja uma realidade de apatia. É preciso constituir um novo ânimo nos corações dos fiéis que os liga ao Senhor em um compromisso sempre novo de recriação da civilização do Evangelho do Amor.
Noutro ponto, quando se percebe que as palavras de Jesus são ditas diante do templo (símbolo da antiga aliança) Ele estabelece o discurso do final de um tempo e estabelece em si a nova aliança. Tudo que estiver fora de Jesus irá ruir e acabar. Há uma transformação substancial no plano de Deus, tudo converge para seu Filho, templo vivo do Amor de um Deus que não se liga às belezas físicas do templo, mas estabelece em Jesus um novo templo, cujo sacrifício de amor é feito em seu coração. Aqui é o lugar do novo testemunho da comunidade dos fiéis, onde se estabelece novos ânimos: nem ansiedade, nem apatia, mas confiança e esperança no amor de Deus que nos chama a edificar todos os dias o Seu Reino.
E o fim?
Ah o fim! Não se preocupem... tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. Que nossas histórias sejam edificadas no amor de Deus!!!
Deus abençoe nossas vidas.
Coragem!
Pe, Jean Lúcio de Souza