Irmãos e irmãs,
Paz e bênçãos a todos!!!
Chegamos ao 5º Domingo do Tempo Comum e, após Jesus ter anunciado seu programa missionário, informando à comunidade quais seriam suas ações primordiais, através do Evangelho de Lucas, quais sejam (Lc. 4,18.19): agindo na unção do Espírito de Deus, Jesus é o portador do verdadeiro anúncio da Boa Nova, o libertador das gentes, Ele é quem nos devolve a graça da visão na fé, livra-nos das opressões e proclama o ano da graça do Senhor! Tendo sido traçado o programa missionário de Jesus é preciso agora colocá-lo em prática.
A partir disso o Pregador Itinerante (Jesus) sai anunciando a Palavra de Deus a todos e Lucas nos diz que a multidão “apertava-se” ao redor de Jesus para ouvi-Lo, ou seja, a Palavra anunciada já provoca o desejo de um novo caminho para quem, com coração aberto a ouvir.
Para colocar em prática sua missão, Jesus deseja que a comunidade dos fiéis possa participar deste novo propósito, então é preciso chamar algumas pessoas para que, nesta nova empreitada, possam colaborar com o Senhor. É o início da vocação dos discípulos, é o início de nossa vocação à missão. Será do meio do anonimato daquela multidão que Jesus olhará para os primeiros irmãos que irão acompanhá-lo e esta companhia não é sem propósito, trata-se de fazer com que Pedro e os demais comunguem da missão de Jesus.
Não existe outro meio de iniciarem a missão com Jesus é preciso antes reconhecer Jesus enquanto Mestre e Senhor e ouvir o sutil chamamento que Ele faz: ir pescar peixes para depois descobrir-se pescador de pessoas.
Pedro assume esse lugar primaveril, primeiro reconhecendo Jesus Mestre e Senhor, não se furta à decepção de uma noite de trabalho sem frutos, ele ouve o Senhor – avance para águas mais profundas – e sai com os seus sócios para pescar em pleno dia, um horário não habitual para a pesca, e resultado é espantoso.
Há um novo sinal para Pedro de que sua missão com Jesus e ouvindo o que Ele tem a dizer, será uma missão cuja pescaria será a de conferir vida aos que estão sedentos. Pedro com os seus são reconfigurados a um novo planejamento, assumindo para si o programa missionário de Jesus.
O espanto de Pedro é similar ao espanto do profeta que ao ver o Eterno julga-se indigno de estar em sua presença, mas é purificado para assumir em sua vida uma nova missão. O apóstolo ao ver aquela pescaria se adianta e prostrado reconhece sua indignidade – pecador – mas é purificado pela Palavra-Viva do Senhor – de hoje em diante serás pescador de homens – e tal qual o profeta ouve o convite missionário de Jesus que abre para Pedro um novo caminho.
Jesus faz ecoar na vida de Pedro a vontade de Deus: quem enviarei? Quem irá por nós? E Pedro com os demais discípulos respondem “aqui estou! Envia-me!”, deixando as barcas e tudo mais na margem para seguir Jesus.
Verdade: como bem musicou Padre Zezinho: há um barco esquecido na praia!
Há um barco esquecido na praia.
Já não leva ninguém a pescar.
É o barco de André e de Pedro.
Que partiram pra não mais voltar.
Quantas vezes partiram seguros,
Enfrentando os perigos do mar,
Era chuva, era noite, era escuro,
Mas os dois precisavam pescar,
De repente aparece Jesus,
Pouco a pouco se acende uma luz,
É preciso pescar diferente,
Que o povo já sente que o tempo chegou,
E partiram sem mesmo pensar,
Nos perigos de profetizar,
Há um barco esquecido na praia,
Um barco esquecido na praia,
Um barco esquecido na praia,
Há um barco esquecido na praia...
Coragem!!!
Deus é bom e Ele cuida de nós!!!
Pe. Jean Lúcio de Souza