“Porque motivo nós e os fariseus jejuamos tanto
e os teus discípulos não jejuam” (Mt 9,14)
Pedido de graça da semana:
Senhor, fazei despertar em mim a sensibilidade compassiva e solidária ante
o violento processo de destruição da Casa Comum.
- Todo o tempo quaresmal se revela como um contínuo convite a recomeçar um caminho novo.
- A vivência quaresmal há de nos levar a descer até a raiz da vida, à fonte germinal, porque só a partir dali é que podemos construir o fundamento de uma nova vida centrada no seguimento de Jesus.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,14-15
- Em mais esse momento, prepare seu interior. Sinta-se na presença do Senhor... Entregue a Ele tudo o que vai acontecer agora, com esse tempo de oração...suas ações, intenções, sentimentos, pensamentos, desejos...
- Leia o texto bíblico do Evangelho de hoje, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, imagine Jesus confrontado pelos discípulos de João, explicando-lhes porque seus discípulos, por ora não jejuam... sinta-se presente a essa cena, ouvindo Jesus...
- Mais uma vez, a liturgia deste início da Quaresma nos ajuda a recuperar o verdadeiro sentido do jejum.
- O jejum não se limita renunciar a algo, como alimentos, bebidas, vícios e outras coisas mais...
- Com o jejum aprendemos:
- Em sentido bíblico, o jejum vai além de um ato voluntário:
- Fazer jejum tem sentido quando brota da sensibilidade que evita o desperdício, o consumo desenfreado, o esbanjamento.
- Jejuar não é “deixar de comer”.
- Desse modo, visto assim, o jejum pode ser para você, para mim, um convite a ordenar a mente, a pacificar o coração, a serenar os olhos, a guardar a língua, a purificar a tendência ao imediatismo, ao falso moralismo...
- Medite o texto... Deixe as palavras de Jesus “ressoarem” no seu coração.
- Os discípulos de Jesus são acusados de não jejuarem.
- Muitos, contudo, não conseguem ver em Jesus o Messias esperado, e não reconhecem que o Reino de Deus é festa, é alegria.
- Nos versículos seguintes Jesus recorre a duas comparações: “Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha... Nem se coloca vinho novo em odres velhos”.(vv. 16.17). Elas oferecem outra motivação em favor do comportamento dos discípulos de Jesus.
- Jejuar é colocar em questão a razão de ser da vida: para quê e para quem você vive?
- Jejua-se porque Cristo, o Esposo, ainda não está totalmente presente em cada um de nós nem na sociedade em que vivemos.
- Jejuamos para Lhe dar lugar em nós, para que possa ocupar toda a nossa existência. Jejuamos para nos unirmos à sua Paixão.
- Converse com Deus, louvando e agradecendo... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você, despertando-o para passos e horizontes ainda maiores de vida... Acolha, numa atitude de abertura, as palavras do Evangelho deste dia, exortando-o à prática do jejum... Reze, confiante:
Senhor Jesus, infunde em mim o teu Espírito,
Que Ele seja o meu guia neste tempo da Quaresma.
Quero comungar no teu jejum para estar unido a Ti.
Aumenta em mim o sentido esponsal da vida cristã.
Ensina-me a jejuar de quanto me faz esquecer de Ti,
de quanto me afasta da meditação da tua Palavra,
de quanto me leva a procurar outros “amantes”
e a correr o perigo de Te ser infiel.
Que o meu jejum me abra também ao amor dos irmãos
e me faça percorrer o caminho da caridade até amar como Tu amas,
até que o meu amor pelos irmãos seja reflexo daquele amor
que reina entre Ti, o Pai e o Espírito.
Amém.
- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida Ele me pede?
- A pergunta que não quer calar, novamente lhe faço: De que você precisa jejuar? Olhando, primeiro para mim, tomo a liberdade de lhe responder:
- É, de fato, precisamos jejuar...
- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... Reze a oração do Pai-Nosso e, a seguir a da CF-2025:
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão
que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste
para nós no Céu.
Amém!
- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...
Pe. Marcelo Moreira Santiago