“Diante dele estarão reunidas todas as nações
e ele separará os homens uns dos outros...”. (Mt 25,32)
Pedido de graça da semana:
Senhor, dá-nos um coração contemplativo, capaz de admiração,
assombro e gratidão diante da beleza e vastidão da Criação,
dom de Deus.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 25.31-46
- Prepare seu interior. Sinta-se na presença do Senhor... Tome consciência de estar diante de Deus, faça silêncio interior...Entregue a Ele tudo o que vai acontecer nesse tempo de oração... suas ações, intenções, sentimentos, pensamentos, desejos...
- A parábola do “juízo final” nos fala do nosso “modo de proceder”, no aqui e agora, inspirado no modo de ser e de agir de Jesus.
- Nesta parábola, encontramos seis situações de necessidades básicas.
- Em cada pessoa que sofre, Jesus vem ao nosso encontro, ele nos olha, interroga e inspira a prolongar a sua atuação em favor dos excluídos.
- Leia o Evangelho, indicado para esse dia, do relato do Juízo Final. Procure fazê-lo sem pressa... Imagine a cena, sinta-se perto de Jesus que fala aos seus discípulos, falando a você que também ali se encontra... Qual terá sido a reação deles às palavras de Jesus... e você, como reagi?...
- A parábola contada por Jesus é um exercício de discernimento, para verificar qual é o “espírito” que está nos movendo e para onde ele nos impulsiona.
- Toda a cena do juízo final se concentra em um diálogo longo entre o juiz, o “Filho do Homem”, e dois grupos de pessoas, aquele que alivia o sofrimento dos mais necessitados e aquele que, insensível, nega-lhes ajuda.
- É preciso nos situar diante daquele que é nossa referência última: Jesus Cristo, para ativar em nós uma sensibilidade que quebra toda distância e nos impulsiona a nos deslocarmos junto àqueles que são “deslocados” do mundo, vítimas de estruturas sociais de morte.
- Ao longo dos séculos, os cristãos viram nesse diálogo fascinante da parábola “a melhor recapitulação do Evangelho”: O elogio absoluto do amor solidário ou a advertência mais grave contra aqueles que vivem refugiados numa “religião” falsa.
- Medite o texto... Deixe as palavras de Jesus, “ressoarem” no seu coração.
- A mensagem de Jesus é completamente clara:
- A religião verdadeira é aquela que é mediação para ajudar a viver hoje o que Jesus viveu no seu tempo.
- Olhe bem, na realidade, não é o Rei Eterno quem julga: cada um de nós se dirige para o lugar que escolheu durante a vida.
- O “castigo” ou a “vida eterna” (plena) é resultado de uma determinada maneira de viver.
- O inferno não é um lugar ao qual Deus nos condena, mas uma situação onde nós mesmos nos “fechamos”.
- Não é Deus que nos envia ao inferno, mas é o endurecimento do coração que nos fecha e nos isola.
- Olhando para a sua vida, como está o seu coração, endurecido ou solidário? Ele se assemelha ao Coração humano e divino de Jesus? Sua vida se marca pela alegria de servir, e servir com compaixão e misericórdia? Tem se esforçado no seguimento de Jesus para viver o discipulado missionário? O que lhe falta?...
- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você, despertando-o para passos e horizontes ainda maiores de vida... Acolha, com abertura, as palavras deste Evangelho, exortando-o às obras de misericórdia...
Senhor Jesus, dá-me a dimensão divina da tua caridade.
Quero Te ajudar, ajudando todos os irmãos e irmãs necessitados
de bens materiais, de atenção, de conforto e de compreensão.
Tu disseste: “O que fizestes a um destes pequeninos, foi a Mim que o fizestes”.
Seguindo teu Evangelho, quero percorrer o mesmo caminho,
certo de que, na atenção generosa
para com todos os mais pobres, necessitados e excluídos,
começo, desde já, a viver a vida eterna,
amando-Te em meus irmãos e irmãs.
Amém.
- Pergunte-se:Laz Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?
- A experiência cristã entende a compaixão como hábito do coração, por isso deixa de ser ocasional e passa a ser um “estilo de vida”, fundado no modo de viver de Jesus Cristo.
- Seu modo de viver o seguimento de Jesus tem a marca da compaixão ou se restringe a “práticas religiosas” de mera observância das leis, ritos, doutrinas?
- Entre em diálogo com o Senhor sobre os dramas vividos por muitas pessoas, vítimas da fome, da violência, da exclusão.
- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... Reze a oração do Pai-Nosso e, a seguir a da CF-2025:
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão
que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste
para nós no Céu.
Amém!
- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... provocações da parábola do Juízo Final...novos propósitos...
Pe. Marcelo Moreira Santiago