Leituras: Gn 37,3-4.12-13a.17b-28; Sl 104; Mt 21,33-43.45-46.
- A parábola de hoje é um dos textos mais difíceis de serem rezados.
- Por vezes, somos tentados, em nossos sentimentos, ao final desta leitura, a “mandar matar de modo violento esses perversos” (Mt 21,41b).
- A parábola sempre foi entendida como um resumo da história de Jesus.
- Ela nos mostra o crescimento da maldade e da crueldade em quem não optou pelos valores do Reino de Deus, mas pelas riquezas do mundo.
Pedido de graça da semana:
Senhor, que eu possa ordenar minha vida e minhas práticas
evitando todo pecado e me tornando seu servidor e do próximo
cumprindo, de todo coração, seu mandamento de Amor.
“Este é o herdeiro. Vamos matá-lo” (Mt 21,38)
- A parábola também nos lembra a paciência de Deus e as muitas oportunidades que o Senhor nos dá.
- Contudo, Deus vai dando oportunidades, novas chances de se repensar a vida.
- A parábola é também uma promessa, ou seja, a “pedra eliminada é escolhida como pedra angular”.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 21,33-43.45-46
- Leia o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por São Lucas... Deixe-se conduzir pelo Espírito ao deserto de seu interior... Contemple a cena em que Jesus conta uma Parábola aos sacerdotes e anciãos do povo ...
- Na parábola, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos são os vinhateiros que têm o privilégio de cultivar a vinha predileta de Deus, o povo de Israel.
- “Finalmente, Deus lhes envia o seu próprio Filho, que é Jesus que lhes está a falar.
- Infelizmente acontece exatamente o que a parábola dizia sobre os vinhateiros malvados: compreenderam que eram eles os visados e procuravam prendê-Io (vv. 45-46).
- E, conduzidos habilmente por Jesus, são eles mesmos que tiram as consequências de um tal ato:
- Parecemo-nos com os vinhateiros desta parábola quando deixamos que nossos projetos egoístas nos desumanizem e despertem em nós o que temos de pior...
- Quando Mateus escreve este Evangelho, já se tinham verificado a alegoria de Isaías e a profecia de Jesus: os chefes do povo de Israel tinham efetivamente matado o Filho fora da vinha - fora dos muros de Jerusalém - e a cidade santa já tinha sido destruída por Tito, no ano 70, e caído em mãos estrangeiras, o império romano.
- Sou um “bom cultivador” da vinha do Senhor? Que sentimentos tomam o meu coração, de se apropriar, egoisticamente, dos bens ou de trazer a alegria em servir? Reconheço e tenho aproveitado as “oportunidades” que Deus tem me dado na vida? Reconheço o senhorio de Deus sobre todas as coisas?...
- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você, despertando-o para passos e horizontes ainda maiores de vida... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia...
Senhor Jesus,
quanto me impressionam a história de José
e a parábola dos vinhateiros malvados!
Em José, e no filho herdeiro, vejo-Te a Ti mesmo, enviado pelo Pai,
para reunir os seus filhos dispersos, para procurar os teus irmãos.
Eu também sou um desses filhos, um dos teus irmãos.
Contemplo-Te, vítima da inveja e do ódio,
e penso nos sofrimentos do teu Coração sensível e inocente.
Contemplo o amor obediente com que realizaste o projeto do Pai
e nos alcançaste o perdão e a graça de uma vida nova.
Um amor verdadeiramente vencedor!
Por isso, Te peço: purifica o meu coração
de todo o sentimento de inveja e de ciúme,
e enche-me de mansidão e humildade
para, Contigo, estar ao serviço de todos os irmãos e irmãs.
Amém.
- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?
- José, de quem nos fala a primeira leitura, é uma impressionante figura de Jesus, tal como o filho herdeiro de que nos fala o Evangelho.
- Em ambas as leituras escutamos já o “Crucifica-o”.
- O único protagonista é, portanto, Jesus, escondido na figura de José e na figura do filho herdeiro da parábola.
- Mas as leituras que escutamos hoje também falam de nós. Jesus é o protagonista. Mas nós também entramos na sua história.
- Na história de José, a inveja foi maravilhosamente vencida: no Egito, José não puniu os irmãos, mas salvou-os.
- Jesus também venceu a inveja aceitando tornar-se o último de todos.
- Ao escutarmos as leituras de hoje, não devemos, portanto, nos sentir condenados, mas devemos erguer os olhos mais alto, para o coração do Pai.
- A predileção de Israel por José, ou do Pai por Jesus, não é mais do que uma particular participação no amor paterno.
- Este mesmo amor do Pai foi derramado nos nossos corações.
- Por certo, como José, e como Jesus, o Filho de Deus, teremos também nós que passar por algumas tribulações.
- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... agradeça por poder contemplar essa parábola contada por Jesus, exortando-nos a reconhecer o amor de Deus, a partir da história da salvação, e, em tudo, ser obediente à sua santa vontade....
Reze a oração do Pai-Nosso e, a seguir a da CF-2025:
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão
que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste
para nós no Céu.
Amém!
- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...
Pe. Marcelo Moreira Santiago