- Avancemos no percurso quaresmal, deixando-nos afetar pela fidelidade de Jesus à causa do Reino e dos mais pobres.
- Ao longo desta terceira semana, os relatos dos evangelhos deixam transparecer que o seguimento de Jesus tem um preço: oposições, incompreensões, perseguições...
- Também a criação inteira sofre uma contínua paixão, provocada pela ação destruidora do ser humano.
Pedido de graça da semana:
Senhor, ajude-nos a sempre mais nos identificar
com Jesus Cristo, a fim de que possamos viver
com fidelidade a serviço da vida.
“Vou cavar em volta da figueira e colocar adubo” (Lc 13,8)
- Quaresma é tempo para colocar novo adubo e fortalecer as raízes.
- Ninguém pode viver sem raízes, pois não se sustentaria de pé.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 13,1-9
- Leia o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por São Lucas... Deixe-se conduzir pelo Espírito ao deserto de seu interior... pacifique-se, interiormente...
- O Evangelho nos apresenta um apelo veemente de Jesus à conversão,
- Se isso não acontecer, diz Jesus, a nossa vida terá sido uma perda de tempo, um projeto falhado.
- No Evangelho segundo Lucas, o “caminho” para Jerusalém, mais do que um caminho geográfico, é um caminho espiritual.
- A cada passo, Jesus aproveita para “formar” os discípulos que o acompanham.
- Ao longo do “caminho” os discípulos, guiados por Jesus, são chamados a um processo de purificação que os identifique cada vez mais com o Projeto de Jesus e com os valores do Reino.
- No Evangelho, Jesus faz alusão às mortes dos galileus, decretadas por Pilatos, e às vítimas da queda da torre de Siloé.
- No entendimento de Jesus, embora os fatos referidos não estejam diretamente ligados com o pecado das pessoas envolvidas, sugerem uma lição que importa para nós…
- É necessário agarrar as oportunidades de conversão, de mudança de vida; é preciso viver bem, de forma construtiva, enquanto caminhamos nesta terra. Se isso não acontecer, corremos o sério risco de desperdiçar a nossa vida (v. 5).
- Depois, sempre no mesmo sentido e contexto, Jesus contou uma parábola (vv. 6-9) sobre uma figueira, plantada numa vinha.
- Convencido de que aquela árvore não servia para nada, o dono da vinha mandou cortá-la: era uma figueira inútil que estava apenas a exaurir a terra.
- Nós somos essa “figueira” que, por vezes, não oferece a Deus os frutos que Ele espera.
- Deus está disposto a esperar mais algum tempo. Ele é paciente e misericordioso. No entanto, não está disposto a esperar indefinidamente...
- Tenho buscado me converter a cada dia, compreendendo a conversão como um processo permanente em minha vida? Minhas “raízes” como estão, estéreis? Como tenho “adubado” minha vida cristã, no seguimento de Jesus? Que frutos Deus espera de mim? O que me falta ainda?...
- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você, despertando-o para passos e horizontes ainda maiores de vida... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia...
Deus benigno e paciente,
bendito sejas pelos sinais dos tempos
através dos quais me advertes, sem cessar
e me chamas a voltar para Ti.
Eu Te dou graças, porque me concedes esse tempo da conversão.
Peço-Te, Senhor,
que o teu Espírito guie os meus pensamentos, as minhas palavras
e os meus atos,
que Ele produza em mim os frutos que Tu esperas.
Amém.
- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?
- No Evangelho de hoje, Jesus usa a imagem da “figueira estéril” que não recebeu o nutriente necessário. Ele também destaca a paciência do vinhateiro.
- Vivemos um contexto social, político e religioso marcado por um profundo desenraizamento, no qual as pessoas são mobilizadas a viver num mundo “sem raízes”...
- É necessário cavar para sanear as raízes, nossas raízes mais profundas, pois nelas está a força de Deus vitalizando nossa existência.
- Os frutos, sem dúvida, terão mais cor e sabor de visibilidade, de ousadia, de liberdade, de denúncia daquilo que atenta contra a dignidade humana.
- Deus é o “paciente cuidador” e nos alcança na medida em que nos abrimos à sua ação.
- Sem dúvida continuam a existir dentro de cada um de nós “figueiras estéreis”, experiências com pouca profundidade, vivências asfixiantes e atrofiantes que limitam a liberdade de Deus atuar em nós.
- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... louve, suplique, agradeça... deixe-se envolver pela Luz providente, o verdadeiro “adubo” de sua vida.
- Reze a oração do Pai-Nosso e, a seguir a da CF-2025:
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão
que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste
para nós no Céu.
Amém!
- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...
Pe. Marcelo Moreira Santiago