- A quaresma é um tempo penitencial de oração, jejum e esmola, e a cor litúrgica predominante é o roxo.
- Poderíamos dizer que esta quarta semana é a semana da alegria que prenuncia um tempo novo e uma esperança renovada, sinal da reconciliação e da misericórdia sempre atuante do Senhor.
- Esse domingo da alegria (Laetere) ilumina todo o percurso desta semana, provocando-nos a permanecermos unidos ao Senhor, a sermos fieis a Ele e a acreditarmos na sua Palavra.
Pedido de graça da semana:
Senhor, que a alegria do Evangelho seja a nossa força,
Renovando a nossa vida e inaugurando tempos
e espaços de misericórdia e reconciliação.
“... o pai o avistou e teve compaixão” (Lc 15,20)
- A intimidade com o Senhor é um convite a uma experiência profunda de encontro entre o Criador e a criatura, quando, então, experimentamos a força integradora de todo o nosso ser, criados que somos livres no amor e destinados à misericórdia.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 15,1-3.11-32
- Leia o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por Lucas de Jesus contando, através de uma parábola, sobre a misericórdia do Pai... Deixe-se conduzir pelo Espírito...
- No Evangelho, continuamos a caminho de Jerusalém, no itinerário espiritual que Jesus percorre com os discípulos e com cada um de nós;
- Nesse momento, a catequese do Senhor se concentra sobre a misericórdia.
- O acolhimento de Jesus gera escândalo e a parábola de hoje destaca os laços de ternura que o Pai misericordioso dispõe em nosso favor.
- A parábola nos apresenta três personagens, bem conhecidos, o pai, o filho mais novo e o filho mais velho.
- O pai é uma figura excepcional, que reúne em si o respeito pelas decisões e pela liberdade dos filhos, com um amor gratuito e sem limites.
- O filho mais novo é um obstinado, que exige do pai muito mais do que aquilo que lhe é de direito, pois a lei judaica previa que o filho mais novo recebesse apenas um terço da fortuna do pai (Dt 21,15-17).
- Estamos, pois, diante da imagem de alguém que abandona o amor e o aconchego da casa paterna para dissipar os bens colocados à sua disposição.
- Finalmente, o filho mais velho encarna o papel de certa fidelidade ao pai no cumprimento de suas funções e de todas as regras.
- Reconheço que sou “filho pródigo” e tantas vezes deixo a casa do Pai? Reconheço que sou o filho mais velho da parábola, julgando-me credor de Deus, melhor que os outros, com dificuldade de acolher o irmão? Tenho experimentado a misericórdia de Deus, voltado à casa do Pai e sendo misericordioso com meus irmãos e irmãs? Como lido com meus erros e com meus acertos? Em que essa parábola me ajuda em minha própria conversão de vida?
- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia... Reze confiante:
Pai misericordioso,
nós Te damos graças pela grande festa
dos reencontros de cada domingo.
Preparas-nos a mesa para nos acolher,
remindo os nossos pecados e enchendo-nos
com o teu Espírito.
Como o filho perdido e reencontrado, nós Te pedimos:
Pai, pecamos contra ti, cura o nosso espíritos e o nosso coração,
dá-nos o teu Espírito Santo.
Amém.
- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?
- A lógica de Deus é inquietante: respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que o uso dessa pretensa liberdade os conduza a uma ilusória felicidade.
- Aí está o Deus da Esperança.
- Essa é a alegria de Deus. É esse Deus de amor, de bondade, de misericórdia que se alegra quando um filho regressa, que reúne os irmãos em torno da mesma mesa, que restitui e reconfigura a dignidade de todos.
- Há sempre um convite a deixarmo-nos arrastar por esta dinâmica de amor no julgamento que fazemos dos nossos irmãos.
- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... louve, suplique, agradeça...
- Reze a oração do Pai-Nosso, peça a graça da sua conversão...e, a seguir, reze aoração da CF-2025:
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão
que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste
para nós no Céu.
Amém!
- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...
Pe. Marcelo Moreira Santiago