RETIRO QUARESMAL PAROQUIAL. REFLEXÃO DIÁRIA. 04 de abril. Sexta-feira da 4ª Semana da Quaresma: Is 49,8-15; Sl 144; Jo 7,1-2.10.25-30.

- Vamos nos aproximando da quinta semana da quaresma, vai chegando o tempo de verificar nossas reais condições de acompanhar o Senhor, de sermos solidários com Jesus e de nos mantermos fieis até o fim.

• Convido você, de modo especial, a ler os textos da liturgia, nessa primeira sexta feira, consagrada ao Coração de Jesus, abrindo o seu coração à Palavra de Deus, para que lhe seja de grande proveito em seu crescimento espiritual e humano.

- Reveja, por isso, os passos da oração, buscando adequar tempos e espaços em função de uma intimidade maior com o Senhor.

• Afinal, já fizemos um longo percurso até aqui, vivendo esta quaresma como tempo de penitência, conversão, incremento da vida orante e sacramental e do testemunho da caridade cristã.

- Refaça o pedido da graça desta semana, considerando seus esforços para alcançar a alegria como um dom que brota do Evangelho.

• Continue firme no caminho, com grande ânimo e generosidade, animado/a pela misericórdia e por atos de reconciliação consigo mesmo, com o mundo, com a natureza e com Deus.

- Procure um modo de se inserir mais neste itinerário, deixando-se mover pelo Senhor, por uma coerência interna maior e um sentido de liberdade sempre crescente diante da vida.

• Mais próximos estamos da salvação... daqui a pouco, celebraremos, intensamente, os mistérios da nossa salvação: a paixão, a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aproxima-se a Páscoa do Senhor, preparemo-nos...
• Sugiro que participem do Setenário das Dores de Maria, nessa semana preparatória. Aproveito para colocar junto, uma proposta para a vivência deste Setenário, feita para a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, que você pode também rezar em comunhão... Dê uma olhada. 

Pedido de graça da semana:

Senhor, que a alegria do Evangelho seja a nossa força,

Renovando a nossa vida e inaugurando tempos

e espaços de misericórdia e reconciliação.

“Eles procuram prendê-lo” (Jo 7,30)

- O Justo constitui uma ameaça para os ímpios.

• Por isso, eles se empenham tanto em persegui-lo e eliminá-lo.

- O livro da Sabedoria, texto da primeira leitura de hoje, propõe um oráculo profético que ganha todo sentido à luz da Paixão de Cristo que se aproxima.

• Ele é o justo por excelência, aquele que coloca toda a sua confiança no Pai. Maltratado, Ele não abre a boca, pacientemente suportando tudo por amor.

- Nesta página das Sagradas Escrituras, há também espaço para reconhecer, na Igreja, povo de Deus a caminho e em peregrinação pascal, o rosto sofrido de tantos homens e mulheres, vítimas da injustiça e da opressão.

• É com eles que o Senhor se faz solidário no caminho do calvário, fazendo sua a paixão de todos e os auxiliando em suas dores e provações.

- O convite está feito: precisamos renovar, no Senhor, a nossa disposição de amar e servir, à Mesa da Palavra e da Eucaristia, celebrando, na vida, o memorial sacrifical de nossa salvação.

• O que eu fiz, vão e façam...

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 7,1-2.10.25-30.

- Leia o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por João, reveladora de Jesus, como o Messias de Deus... Deixe-se assim conduzir pelo Espírito de Deus...

- Jesus não é um provocador. Mas a sua pessoa suscita interrogações e inquietações crescentes nos seus contemporâneos, enquanto os chefes Judeus, movidos pela sua aversão, decidem rnatá-lo (v. 1b).

Ele aguarda serenamente a hora do Pai.

• Não foge, mas também não apressa os tempos. Evita a Judeia e, quando decide subir a Jerusalém, o faz “quase em segredo”. (v. 24).

- Ali Ele é rapidamente reconhecido e logo as opiniões se dividem, agora sobre a sua messianidade.

• Para alguns, membros de círculos apocalípticos, se Jesus vem de Nazaré, não é mais do que um impostor (vv. 26s.) pois, para eles, “quando chegar o Messias, ninguém saberá donde vem” (v. 27).

- Jesus sabia bem donde vinha. Por isso, “bradava”, proclamando de modo solene e autorizado: “Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que me enviou, e que vós não conheceis. Eu é que o conheço, porque procedo dele e foi Ele que me enviou” (vv. 28-29).

• Assim Ele afirma que a sua origem é efetivamente desconhecida dos que julgam saber muito e, por isso, não o reconhecem como enviado de Deus.

- Estas palavras ecoam nos ouvidos dos adversários como ironia, insulto e blasfêmia.

• Eles tentam apoderar-se d'Ele, mas não conseguem, pois é Ele o Senhor do tempo e das circunstâncias. Submeteu-se totalmente aos desígnios do Pai, e a sua hora ainda não tinha chegado.

- A adesão à Pessoa de Cristo é essencial para uma autêntica vida cristã. O nosso zelo apostólico brota dessa adesão...

- Como tenho vivido a minha fé? Minha vida transparece uma adesão irrestrita ao Senhor? Deus sido resistente ao amor de Deus por mim? Vivo o discipulado missionário no seguimento de Jesus, reconhecendo-o como meu Salvador e d’Ele tanto testemunho? O que me falta ainda?...

- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia... Reze confiante:

Senhor Jesus, manso e humilde de coração,

dá-nos a graça de revivermos em nós

a tua mansidão e a tua humildade.

Como Tu, queremos, em toda e qualquer situação,

mesmo diante do mal, da oposição e da hostilidade,

manifestar a luz e a bondade.

Queremos também aceitar que, em algumas ocasiões,

a atitude dos outros seja de crítica e de condenação contra nós.

Ajuda-nos a manter a paciência e a calma nessas ocasiões,

como Tu as soubeste manter.

Que jamais nos deixemos tomar pela ira e pela raiva,

mas saibamos corrigir-nos do que julgarmos necessário.

Então, estaremos no bom caminho, Contigo,

homem das dores e da esperança.

Amém.

- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?

- O cerco ao redor de Jesus vai se fechando.

• Ele percorria a Galileia, mas evitava aparecer publicamente porque sabia que os judeus procuravam mata-lo.

- Contudo, não havia ainda chegado a sua hora... Muitos tinham dúvidas a seu respeito.

• Não é difícil de entender, pois não o conheciam suficientemente, nem demonstravam interesse em saber, de fato, quem Ele era.
• Não queriam intimidade com Jesus. Julgavam saber tudo sobre o Messias, a ponto de o reconhecerem quando viesse, mas não tiveram sensibilidade bastante para o identificarem diante deles.

- Eles estavam presos demais às suas ideias e aos seus próprios esquemas.

• Inverteram a lógica bíblica e faziam para si um Deus à sua imagem e semelhança.
• Eis a maior de todas as idolatrias...

- Digo isto, porque você está ali, junto de Jesus, que enfrenta a resistência dos judeus. De que lado, você se posiciona? ... dos que se abrem à graça, ou dos que resistem em reconhecer n’Ele o Messias?

• Não responda rápido, da boca para fora, mas avalie-se, olhe a sua vida, e depois responda para si mesmo... responda para Jesus... Não fique sem jeito, com vergonha e medo, Ele já sabe de tudo...
• Lembre-se de Pedro, depois de negar Jesus, “Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”...

- Noutra perspectiva, o Evangelho de João evidencia muitos sinais, isto é, prodígios e milagres.

• Todo bem realizado por Jesus comprova sua íntima união com o Pai.

- Os judeus, contudo, não foram capazes de reconhecer o princípio de toda a obra realizada pelo Filho, a quem o Pai havia consagrado e enviado ao mundo.

• O intuito de Jesus não era, pura e simplesmente, que cressem n’Ele, mas que pudessem reconhecer a ação bondosa do Pai, em nosso favor, por meio d’Ele.

- As obras realizadas deveriam, assim, não apenas abater todo obstáculo ao reconhecimento do Senhor, mas também levar a uma reflexão séria que os pudesse abrir à luz do Cristo, o Messias de Deus, determinando, finalmente, este encontro amoroso entre a criatura, que somos todos nós, e os eu Criador e Senhor.

• Preferiram logo a sentença, o julgamento e a condenação.
• Era mais fácil que admitir e dar o passo da fé e do reconhecimento da presença viva de Deus, por meio d’Ele, revelando o rosto do Pai, demasiadamente amoroso e misericordioso, em seu coração humano e divino.

- Passo para você, diante dessa palavra, o que, por vezes, me afligi, me questiona: Por que essa manifestação tão humana do Senhor incomodou tanto?

• Verdadeiramente este era o Filho de Deus...

- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... louve, suplique, agradeça...

- Reze a oração do Pai-Nosso, peça a graça da conversão, de crer e seguir Jesus, de viver o discipulado missionário ... e, a seguir, reze a oração da CF-2025:     

Ó Deus, nosso Pai,

ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!

O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,

e hoje experimentamos suas consequências.

Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:

dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento

e da conversão de nossas atitudes.

Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão 

que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,

no cuidado e no respeito à vida.

Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.

Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,

na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste

para nós no Céu. 

Amém!

- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...

Pe. Marcelo Moreira Santiago