RETIRO QUARESMAL PAROQUIAL. REFLEXÃO DIÁRIA. 03 de abril. Quinta-feira da 4ª Semana da Quaresma: Ex 32,7-14; Sl 105; Jo 5,31-47.

- Invista no tempo de preparação da oração: disponha-se, acalme o seu ser, busque o silêncio e o ambiente mais propício. Faça a leitura dos textos propostos para esse dia...

- Moisés é o grande intercessor em favor do povo.

• Plenamente solidário junto aos pecadores, ele prefigura o Cristo caminhante que insiste numa proposta de salvação, sempre disposto a recomeços, com destaque para a fidelidade à Aliança.
• De igual modo, reitera, ainda, a figura da Igreja, chamada a continuar a obra redentora de Cristo, em resgate de todos, pela fé que nos anima e ampara.

- O povo de Israel, revela uma memória curta. Foi libertado por Deus, no meio de prodígios e celebrou livremente a aliança com o Senhor. Mas, logo que sobrevieram novas dificuldades, esqueceu-se de tudo e caiu na idolatria.

• Assim pode acontecer também conosco. Mas quem tem fé não abandona a Deus, quando surgem dificuldades, como se fosse Ele o causador delas.
• Pelo contrário, continua a sentir-se dependente de Deus, ligado a Ele e, como Moisés, não desiste de orar por si e de interceder pelos irmãos e irmãs.

- A oração de intercessão revela maturidade na fé. A pessoa adulta na fé vê as provações dos irmãos e irmãs como suas.

• Assim reza por eles, faz-se intercessor universal, disposto a carregar sobre si as fraquezas dos outros, e a sofrer para que possam ser aliviados.
• Foi a atitude de Moisés; será a atitude de Jesus.

Pedido de graça da semana:

Senhor, que a alegria do Evangelho seja a nossa força,

Renovando a nossa vida e inaugurando tempos

e espaços de misericórdia e reconciliação.

“Vós não quereis vir a mim para terdes a vida” (Jo 5,40)

- Jesus é o defensor.

• A coerência interna de sua vida-missão o coloca em franca oposição com seus detratores e gera uma profunda hostilidade dos líderes judeus.
• Ninguém pode dar testemunho de si mesmo.

- No entanto, ele responde com firmeza e coragem às acusações que lhe são dirigidas e se apoia em várias testemunhas que confirmam sua identidade e sua origem divina.

• Ele conta com o Pai, que prepara a sua vinda e fala por meio das Escrituras, pela ação dos patriarcas e dos profetas.
• Com João Batista, seu precursor e que aplaina suas veredas num batismo de conversão dos pecados.
• Além disso, as obras e os inúmeros sinais realizados em nome daquele que o enviou dão conta de quem Ele é.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 5,31-47.

- Leia novamente o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por João, reveladora de Jesus, como o Messias de Deus... Deixe-se assim conduzir pelo Espírito de Deus...

- No Evangelho de hoje, Jesus continua a responder aos Judeus.

• O discurso apologético vai endurecendo. Aumenta gradualmente a separação entre Jesus e os adversários.
• O texto marca o culminar do processo intentado por Deus contra o seu povo predileto, mas obstinadamente rebelde, cego e surdo.

- Jesus apresenta quatro testemunhos que deveriam levar os seus ouvintes a reconhecê-lo como Messias, enviado pelo Pai, como Filho de Deus: as palavras de João Batista, homem enviado por Deus; as obras que ele mesmo realizou por mandado de Deus; a voz do Pai; e, finalmente, as Escrituras.

• Estes testemunhos, na sua diversidade, têm duas características que os unem: por um lado, em resposta à acusação de blasfêmia dirigida contra Jesus pelos Judeus, remetem para o agir salvífico de Deus; por outro lado, elas não dizem nada de realmente novo.

- Os Judeus, agindo assim, não procuram a “a glória que vem do Deus” (v. 44), mas tomam a glória uns dos outros.

• Caíram numa cegueira radical, interior. Agarrados à Lei, recusam o Espirito.

- Jesus lhes revela o risco que correm e avisa-os: pensam alcançar a vida eterna perscrutando os escritos de Moisés, mas são esses mesmos escritos que os acusam.

• O intercessor, no caso Moisés, deverá se tornar acusador deles porque não ouviram e não se deixaram conduzir pelos sinais reveladores de Jesus como o Messias.

- O texto termina convidando cada um, é isso mesmo, também você, a examinar a autenticidade e a verdade da própria fé.

- Sou resistente ao dom de Deus em minha vida? Reconheço o amor de Deus presente nas Sagradas escrituras, na vida da Igreja, nos sinais que me acontecem? Tenho coragem suficiente para testemunhar Jesus, com uma fé vivida de modo mais autêntico e culturalmente contextualizada? Como você tem ouvido os apelos de Deus para a sua vida? ...

- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia... Reze confiante:

Senhor Jesus,

que Te manifestas como Filho de Deus,

realizando as suas obras, tem piedade de nós.

Acolhe-nos no teu Coração misericordioso

e dá-nos a vida.

Tu que és a testemunha fiel e verdadeira do Pai,

faz-nos ouvir a sua voz.

Filho obediente do Pai,

faz-nos recordar a paixão que sofreste por nós,

e a descobri-Ia naqueles que continuam a vivê-Ia

no corpo e na alma.

Filho inocente do Pai,

intercede por nós pecadores e permite-nos

solidarizar-nos Contigo nessa intercessão.

Queremos ir a Ti para termos a vida,

a Ti que és a presença encarnada de Deus misericordioso,

compassivo e bom.

Amém

- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?

- A paixão e morte de Jesus Cristo é destruição do mundo antigo, do homem velho, como escreve São Paulo.

• Mas não é apenas destruição, porque a morte do Senhor leva à ressurreição.

- Jesus é, pois, o novo Moisés que aceita morrer com o povo e pelo povo, mas é também o novo Moisés, pai de uma nova grande nação.

• A palavra de Deus a Moisés dizendo: “farei de ti uma grande nação”, se realiza na ressurreição de Cristo.
• De modo imprevisível, as Escrituras dão testemunho da ressurreição de Cristo.

- Unidos à ação de graças e à intercessão de Cristo, somos chamados a colocar toda a nossa vida ao serviço da Aliança de Deus com o seu Povo.

• A nossa vida oferecida a Deus, para sua glória, e para o serviço dos irmãos e irmãs, e a nossa atitude de perdão e de súplica pelos pecadores, são um ótimo testemunho de Deus-Amor, que não se demonstra com teorias, mas que transparece na vida daqueles em cujos corações habita.

- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... louve, suplique, agradeça...

- Reze a oração do Pai-Nosso, peça a graça de testemunhar Jesus Cristo, reconhecendo n’Ele o Filho de Deus, O Messias, o nosso Salvador... e, a seguir, reze aoração da CF-2025:

Ó Deus, nosso Pai,

ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!

O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,

e hoje experimentamos suas consequências.

Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:

dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento

e da conversão de nossas atitudes.

Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão 

que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,

no cuidado e no respeito à vida.

Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.

Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,

na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste

para nós no Céu. 

Amém!

- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...

Pe. Marcelo Moreira Santiago