MENSAGEM PELO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
8 DE MARÇO DE 2021
A Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese de Mariana, por meio da sua Comissão Arquidiocesana de Mulheres, saúda a todas as mulheres, neste dia 08 de março, pela celebração do Dia Internacional da Mulher.
Esta data histórica nos convida, antes de tudo, a agradecer às mulheres por sua vocação e missão na Igreja e no mundo. O Dia Internacional da Mulher nos conclama ainda, a aplaudir as mulheres por suas conquistas ao longo de uma história marcada pela discriminação e pelo preconceito. É cada vez mais forte sua presença na família, no mundo do trabalho, na ciência, na educação, na política, na Igreja e na sociedade. Alegra-nos perceber que, cada dia mais, cresce a consciência da dignidade da mulher e de sua valiosa contribuição na construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária. (Mensagem da CNBB, 2012).
Apesar desses grandes avanços obtidos pelas mulheres, o dia 8 de março continua a ser uma data para recordar e denunciar as inúmeras situações de violação de seus direitos e sua dignidade. O Documento de Aparecida nos conclama sobre a urgência de “escutar o clamor, muitas vezes silenciado, de mulheres que são submetidas a muitas maneiras de exclusão e violências em todas as suas formas e em todas as etapas de suas vidas”. (DAp, n. 454).
Um estudo que investiga a relação entre isolamento social e violência doméstica contra as mulheres, aponta que, desde que a Covid-19 chegou ao país, mulheres que tinham histórico de sofrer agressões passaram a correr mais risco de vida por serem obrigadas a permanecerem mais tempo em casa, muitas vezes com seus próprios agressores.
I - Existem indícios de que durante a pandemia tenha aumentado a violência doméstica contra as mulheres, o que não aparece em todas as estatísticas, já que as vítimas também encontraram mais dificuldades no acesso às redes de proteção e aos canais de denúncia. A hipótese é que o confinamento de pessoas em situação de estresse, decorrente tanto das dificuldades econômicas oriundas da perda de renda pela pandemia como do maior tempo de convivência de vítima e agressor no mesmo domicílio, tenha aprofundado a violência doméstica. Para muitas mulheres, como constatamos, o lar, lugar sagrado de proteção, converteu-se em espaço de dor e sofrimento. “As tantas formas de escravidão, de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres nos comprometem, portanto, a trabalhar para derrotar esta forma de degradação que o reduz a um puro objeto de venda nos vários mercados”, nos exorta o Papa Francisco. “Desejo chamar à atenção, neste contexto, a dolorosa situação de tantas mulheres pobres, obrigadas a viver em condições de perigo, de exploração, relegadas às margens das sociedades e vítimas de uma cultura do descartável. Símbolo de vida, o corpo feminino é, infelizmente com frequência, agredido e deturpado também por aqueles que deveriam ser os seus guardas e companheiros de vida”.
II - A Lei Maria da Penha, criada em 2006, com o objetivo de punir com mais rigor os agressores contra a mulher no âmbito doméstico e familiar, é hoje símbolo nacional da luta das mulheres contra a opressão e a violência de que são vítimas. Importante também recordar que, em 2020, ano de eleições municipais para prefeitos e vereadores, comemoramos 88 anos do voto feminino, uma conquista também histórica. O cenário de crescimento da participação feminina nos espaços de poder tem estimulado o empoderamento das mulheres na ocupação desses cargos e também na defesa dos direitos de outras mulheres (...).
III - A pluralidade de vozes na tomada de decisões, com opiniões vindas de diferentes parcelas da população, é importante na construção de políticas públicas. Como nos recorda o Papa Francisco, “os dotes de delicadeza, sensibilidade e ternura peculiares, que enriquecem o espírito feminino, representam não apenas uma força genuína para a vida das famílias, para a propagação de um clima de serenidade e de harmonia, mas uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável. E isto é importante! Sem estas atitudes, sem estes dotes da mulher, a vocação humana não consegue realizar-se!”iv Que Maria, a Senhora da Assunção, padroeira de nossa Arquidiocese de Mariana e modelo de mulher, seja sempre inspiração para todas as mulheres na vivência de sua vocação ao amor e ao cuidado da vida, em todas as suas dimensões, lutando por uma sociedade igualitária, de fraternidade e de paz.
Parabéns a todas as mulheres!
Feliz Dia Internacional da Mulher!
Comissão Arquidiocesana de Mulheres Dimensão Sociopolítica Arquidiocese de Mariana