Celebramos hoje a dedicação da Basílica de São João de Latrão. Ela foi a primeira catedral do mundo, no século IV, quando a Igreja pôde, enfim, com liberdade, professar sua fé em Jesus Cristo, sem as perseguições do império romano. Durante muito tempo, ela foi considerada a igreja-mãe de Roma. Nela se realizaram as sessões de cinco grandes Concílios Ecumênicos. Uma festa que proclama a unidade e a comunhão eclesial, em Jesus Cristo, o novo templo onde Deus se encontra e se manifesta plenamente.
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O profeta Ezequiel, na primeira leitura, fala de “tempos novos” para o povo, graças à ação de Deus. Essa “nova Jerusalém” tem como centro vital o Templo, onde habita o Deus que caminha com o seu povo. Do Templo sai uma água que por onde passa traz vida, abundância de bens, recriando uma região outrora árida. Essa água é água viva, é sinal profético de Jesus, o Messias de Deus, que vem para saciar a nossa sede de vida e salvação. Na segunda leitura, Paulo falando aos Coríntios, compara a comunidade a uma grande construção. Ele nos recorda que o alicerce não pode ser mudado, é Jesus Cristo. Ele é a razão de ser, o centro, a base sobre a qual nasceu e se constrói a comunidade cristã. Também recorda que não podemos nos esquecer que somos templos de Deus e que o Espírito de Deus, o Espírito Santo, mora em nós. O evangelho mostra que Jesus não compactua com uma religião que explora e massacra os pobres. Ele mesmo é o novo e verdadeiro “Templo” que dará a sua vida para a salvação de todos. Nele, nos tornamos povo da nova Aliança, chamados a viver o discipulado missionário.
Deixo a “terra” do meu coração ser fecundada pela “água viva” que é Jesus Cristo? Vivo consciente de que sou templo de Deus, que o Espírito Santo habita em mim? Sei dissociar religião e comércio, vivendo a minha fé com gratuidade, colocando, como convém, dons e bens a serviço?
Dá-me desta água, que és Tu, meu Deus e Senhor, para que banhado em tua graça, eu jamais tenha sede e com a luz de teu Santo Espírito, que habita em mim, eu possa viver, com profundidade e fidelidade no caminho que conduz à vida e à salvação. Amém.
Padre Marcelo Santiago