Consumado o cisma político, ou seja, a divisão do Reino de Israel, após a morte de Salomão, vemos, na primeira leitura, Jeroboão reinar sobre as dez tribos do norte, enquanto Roboão reinava sobre as tribos de Judá e de Benjamin. Contudo, o fosso entre o Reino do Norte e o Reino do Sul agravou-se com o cisma religioso, realizado por Jeroboão, como assim podemos compreender: Para evitar as peregrinações a Jerusalém, ele revitalizou templos pagãos, constituiu falsos sacerdotes, em desrespeito à lei, e instituiu uma “festa de tabernáculos” para satisfazer a possível saudade do povo que costumava peregrinar ao templo de Salomão, em Jerusalém. Essas medidas de habilidade política, mas de afastamento de Deus, levou-o ao pecado e a sua ruína foi completa. Dos corações perversos, marcados pelo egoísmo e pela ambição desmedida, nascem as estruturas de pecado. Deus nos livre de um comportamento assim.
No evangelho, vemos na multiplicação dos pães, efetuada por Jesus, uma alusão à Eucaristia. Seu corpo e sangue entregues, na forma sacramental, alimento a nos fortalecer e a nos mover à compaixão e à partilha em favor dos irmãos e irmãs, a partir dos necessitados. Cristo dá-se em alimento na Eucaristia, mas também se dá por meio do nosso amor, do nosso serviço aos pequenos e pobres. A Eucaristia é comunhão filial com Deus e comunhão fraterna com os irmãos e irmãs.
A nossa Celebração Eucarística abre-se às necessidades dos irmãos/as, abre-nos ao mundo que nos rodeia, leva-nos a olhar os outros com sentimentos semelhantes ao de Jesus e a agir como Ele agiu? A partilha do pão acabará com a fome no mundo. Tenho coragem de repartir? O que me impede de me doar mais, de ser mais desprendido e generoso, de repartir o que sou e tenho?
Senhor, meu Deus, livra-me de todo egoísmo e de toda ganância; dá-me a graça de confiar e de abandonar-me em tuas mãos. Que eu saiba fazer da minha vida uma eucaristia para louvor do Pai e para o serviço dos irmãos/as, particularmente dos mais necessitados. Amém.
Pe Marcelo Santiago