Com gratidão e alegria, nossa Comunidade do Rosário recebeu oficialmente, totalmente restaurada, sua histórica e artística Igreja, uma das mais belas de nossa querida Mariana. São 264 anos de história, de fé, de religiosidade desde a conclusão deste imponente e majestoso templo religioso que acolhe obras renomadas de artistas como do Mestre Ataíde e de Francisco Vieira Servas.
Agradecemos ao Ministério do Turismo, a Secretaria Especial da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN pela sensibilidade, competência e determinação nos encaminhamentos em vista das reformas estrutural e artística desta Igreja, um dos templos religiosos mais expressivos do Brasil Colônia.
A esse agradecimento, soma-se o apoio fundamental da Prefeitura Municipal de Mariana, a quem coube, juntamente com a Paróquia, a responsabilização pelos projetos e todo o processo de fiscalização e execução da obra, além de complementação dos recursos alocados. Também agradecemos, reconhecidos, às empresas responsáveis pela restauração artística e estrutural, respectivamente, o Instituto Flávio Gutierrez e a construtora DIMINAS.
A restauração iniciada em janeiro de 2016, em sua primeira etapa, contemplou a parte artística com a restauração do forro da capela-mor, retábulos colaterais, altar-mor e outros bens integrados do conjunto de elementos artísticos, como a sua imaginária, entregue em 25 de maio de 2017.
Numa segunda etapa, iniciada logo após, na segunda metade de 2018, se procedeu com a reforma da parte arquitetônico-estrutural com a reforma do telhado, do forro da nave central, recuperação de portas e janelas, das torres, do forro da sacristia e do consistório, pintura interna e externa, refazimento de todo o sistema elétrico e de segurança eletrônica e novas instalações sanitárias, junto ao cemitério da Igreja. Trabalho concluído, com êxito, em novembro de 2021. Foram aplicados, nesses sete anos de reforma o montante aproximado de R$ 3.800.000,00 (três milhões e oitocentos mil reais).
Neste ano, celebramos 270 anos do início de sua construção que se deu em 14 de maio de 1752, com cerimônia do lançamento de sua pedra fundamental pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, com a devida aprovação eclesiástica.
Esta atual intervenção trouxe a salvaguarda deste belíssimo templo religioso, patrimônio histórico e artístico de nossa cidade. Agora, entregue à comunidade, aberto ao culto e à visitação pública, há de condensar nossos esforços na retomada local dos trabalhos pastorais.
A cerimônia de abertura constou de dois momentos: um primeiro, no dia 17 de fevereiro, com a presença de autoridades como o ministro de Estado do Turismo, representantes do IPHAN Nacional, estadual e local; representantes do governo estadual, deputados federais e estadual, prefeito municipal, secretários e vereadores, representantes de institutos e organismos da sociedade, dos grupos eclesiais, devotos e lideranças locais. Já, no sábado, dia 19 de fevereiro, o Arcebispo Dom Airton José dos Santos presidiu a primeira missa, concelebrada por vários sacerdotes, com presença de centenas de fiéis, depois de 7 anos de trabalhos de reforma.
Agradecemos também aos padres Geovane Luiz da Silva, hoje bispo auxiliar de Belo Horizonte, Luiz Cláudio Vieira e Geraldo Barbosa, meus predecessores à frente desta comunidade paroquial, pelo empenho seja como representantes diretos da Arquidiocese, junto aos trabalhos aqui realizados, seja em manter viva, no ardor da fé, a comunidade local que aguardava, pressurosa, por este dia.
Muito agradeço à comunidade local do Rosário pelo empenho, sobretudo nesses últimos meses, em vista desta reabertura. Unidos somos mais e podemos muito, com as bênçãos de Deus e a proteção da Mãe e Padroeira, Nossa Senhora do Rosário.
A arte, em suas diversas manifestações, traduz, por vezes até em contradições, o que há de mais belo e profundo do ser humano em seus anseios por vida, justiça e paz e expressa, com lampejos, o Sumo Bem, ou seja, Aquele que é a Beleza eterna e inconfundível, o próprio Deus. Por isso, investir na arte e na sua preservação é também oferecer ao mundo e à humanidade esperanças de dias e tempos melhores.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Foto: Rui Souza - Pascom