As palavras de São Tiago, na primeira leitura, se dirigem aos prepotentes e ricos da comunidade. Ávidos de dinheiro e de poder, julgam controlar o futuro. Ele, assim alerta a todos nós: “Não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã” (v.16). O apóstolo sublinha a importância de voltar os olhos e os pensamentos para Deus para tomar decisões sábias que iluminem o nosso dia a dia. O pecado consiste em, conhecendo o bem, fazer o mal.
No evangelho, Jesus nos alerta para não termos mania de grandeza, nos julgando maiores e melhores diante daqueles que, a princípio, não se contam como discípulos de Jesus. Por vezes, julgamos, sim, que só nós temos capacidade para realizar ações correspondentes aos ensinamentos de Jesus. O Espírito Santo sopra onde quer, ninguém tem monopólio absoluto sobre Ele. Fazer “prodígios”, em nome de Jesus, é atuar com liberdade, acolhendo o amor e em total dependência de Deus que não exclui ninguém: “Quem não é contra nós é a nosso favor” (v. 40).
Faço, no dia a dia, o bem ou o mal? Movo as minhas ações por interesse ou por amor? Admito que outros que não sejam católicos como nós, possam fazer o bem? O que me orienta, na vivência da fé, é a fraternidade, a acolhida, o diálogo ou a crítica, os ódios humanos e a disputa religiosa?
Senhor, meu Deus, abre o meu coração a todos, independentemente de sua profissão religiosa. Perdoa-me qualquer presunção com que, por vezes, realizo obras em teu nome. Que eu reconheça o teu amor salvífico que se dirige a todos, sendo instrumento teu de fraternidade, diálogo e paz. Amém.
Pe Marcelo Santiago